Veredito: Bom
Praticamente toda semana uma produção original da Netflix estreia na plataforma. O grande volume de originais fez com que a qualidade fosse caindo, a exemplo de atrações como Gypsy e Friends from college, que não foram bem recebidas. No entanto, não foi isso que aconteceu com Ozark, série que chegou com 10 episódios nesta sexta-feira (21/7) ao serviço de streaming.
Ozark conta a história de Marty Byrde (Jason Bateman), um consultor financeiro, que está infeliz no casamento e no trabalho, mas vai seguindo a vida mesmo assim. Tudo ia na mesmice, quando o sócio de Marty rouba parte do dinheiro que a empresa lavava para um cartel perigoso.
Tentanto se livrar da morte, Marty se oferece para continuar a operação em uma nova cidade: o Lago de Ozark, no Missouri. O personagem se muda com a família, formada pela mulher Wendy (Laura Linney) e os filhos Jonah (Skylar Gaetner) e Charlotte (Sofia Hublitz), e tenta fazer de tudo para conseguir lavar US$ 10 milhões em pouco tempo.
Criada por Bill Dubuque e Mark Williams, Ozark é diferente de tudo que você já viu por aí no mundo das séries. Você verá comparações a Breaking bad e Narcos, mas, no fundo, a produção da Netflix é diferente de todas essas séries, que servem mais como referência. De Breaking bad é possível comparar a força de Walter White a de Marty, em seguir em um caminho perigoso para dar qualidade de vida à sua família (ou, no mínimo, de mantê-los vivos). Já em relação a Narcos é ainda mais óbvio: é a menção ao tráfico de drogas.
Mas Ozark não é uma série sobre o mundo das drogas. O tema principal é lavagem de dinheiro e por meio dele a história se amplia para debater a relação dessa família disfuncional, que permanece junta apesar de tudo: Marty está infeliz com a mulher, com quem não tem mais relações sexuais; Wendy tem um amante; e os filhos são obrigados a se mudarem sem explicações dos pais.
Por não seguir um modelo tradicional de séries, o piloto de Ozark é pode ser visto como arrastado. Mas siga em frente. A história é envolvente e vai ganhando um ritmo bom ao longo dos episódios. Outro ponto forte é que capítulos utilizam recursos interessantes. No início de cada episódio, há um certo spoiler do que será abordado na trama com imagens que aparecem na abertura. E é interessante a escolha do roteiro de ir e vir na história. Em alguns episódios, a cena inicial remete a algo que será retomado ao fim do capítulo.
Apesar de Ozark estar mais perto de um drama e um suspense, a série faz um bom uso do humor, que tem muito a ver com o jeito de Marty, que é um ótimo protagonista. Além dele, o seriado conta com outros bons personagens, como a família Byrde por inteiro e a maravilhosa Ruth (Julia Garner), personagem que tem uma relação engraçada com Marty (fiquem de olho!).
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