Os Simpsons chega à 30ª temporada sem perder o frescor que a consagrou. Novos episódios estreiam nesta semana no Brasil
Estamos em 1987. Uma família amarela pra lá de esquisita ganha um seriado de animação criado por Matt Griening, James L. Brooks e Sam Simon. Para completar, o texto não tem nada de convencional: é ácido, brinca com as fragilidades da sociedade americana sem muito pudor. O prognóstico apontava para um fracasso retumbante da transgressora Os Simpsons.
Mas não foi bem o que aconteceu: a série chega nesta quinta-feira à 30ª temporada no Brasil. A exibição é da Fox, às segundas-feiras, às 22h. Até a estreia, a emissora exibe o especial 29 temporadas em 29 dias, no qual, a partir das 13h, relembra os episódios anteriores. A estreia no país acontece quase oito meses depois da exibição nos EUA.
A marca de 30 temporadas e mais de 630 episódios faz de Os Simpsons a série de animação mais longeva da história. Nestes 32 anos, Homer (o pai azarado e descansadão, que não se importa com muita coisa), Marge (a mãe superprotetora), Bart (o menino descolado que se mete em todas as confusões possíveis), Lisa (a adolescente superdotada) e Meggy (bebê que não para quieto) atravessaram gerações e, hoje, conseguem agradar a fãs de todas as idades. Isso porque os adultos que cresceram assistindo a Os Simpsons não abandonam o programa e os jovens e as crianças continuam descobrindo a atração.
Um dos segredos da série está no humor. Mas não é qualquer humor. A graça de Os Simpsons está na coragem de tocar em feridas da sociedade americana. Misto de antropólogos e videntes, os criadores de Os Simpsons previram algumas coisas, como a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA e as confusões causadas por corretores ortográficos, vilões de mensagens de texto enviadas em aplicativos.
Na 30ª temporada não será diferente. Haverá críticas ao fanatismo religioso quando Bart achar que viu Jesus. Homer se aproveitará da situação para escrever um livro, já de olho na possibilidade de um filme ser feito. Também há espaço para falar sobre a busca desenfreada pela juventude, alvo do capítulo em que Senhor Burns descobre o Geriatric Park, local onde se pode reverter o processo de envelhecimento a partir do DNA de dinossauros.
Em outro momento, Homer “trai” a esposa com a Netflix. O diretor de conteúdo do serviço de streaming, Ted Sarandos participa do episódio dublando ele mesmo. “Quando Homer está tentando resistir à série, Ted fala: ‘Você quer saber a que Marge assiste quando você não está por perto? Dramas de crime escandinavos – com nudez’. E Homer diz: ‘É por causa da história’, e Ted: ‘É, claro’”, afirmou o produtor Al Jean à imprensa americana.
Muito se falou na imprensa americana que a 30ª temporada será a última de Os Simpsons. No Twitter, Al Jean não confirmou, nem negou a informação, mas falou sobre o fim que gostaria que a série tivesse. “Nós queremos que seja um final satisfatório para o espectador. Eu pensei que seria legal se o último episódio terminasse com eles se preparando para o concurso de Natal que aparece no primeiro episódio, de modo que toda a série seria um loop sem começo nem fim. Mas ninguém aprovou isso ou qualquer outra coisa”, escreveu. A verdade é que fôlego é o que não falta a Os Simpsons. Vida longa a essa família esquisita e divertida!