O fim de Orphan black: A vitória dos clones

Compartilhe

Após cinco temporadas, Orphan black chegou ao final mostrando que era muito mais do que uma trama sobre clones. Era uma série sobre a relação dessas “irmãs”

Veredito: Bom

Quando Orphan black estreou não houve muito alarde. A série canadense não tinha um elenco com atores muito conhecidos e a trama também não parecia tão chamativa: uma conspiração sobre clonagem humana. Mas logo começou a conquistar muitos fãs, por uma história envolvente, personagens carismáticos e, claro, pela surpreendente atuação da protagonista Tatiana Maslany, que deu vida a incontáveis clones e acabou sendo reconhecida por isso ganhando o prêmio Emmy de melhor atriz em série dramática.

Neste ano, a quinta e última temporada de Orphan black foi lançada e tinha como missão encerrar bem essa história. Tenho que admitir que achei essa temporada mais fraca em relação às anteriores e isso tem a ver com a decisão narrativa. Tentando costurar todas as pontas que ficaram soltas ao longo das temporadas, Orphan black preferiu focar na Dyad e em explicar o motivo pelo qual as clones do Projeto Leda foram criadas. O que é um grande trunfo para um série: explicar sua trama (sim, estou aqui lembrando do meu drama eterno com Lost).

No entanto, esse também foi o calcanhar de Aquiles dessa temporada. Ao focar na explicação, a série deixou alguns personagens de fora da trama para centrar mais nas histórias de Sarah, Cosima e Rachel ou de personagens envolvidos no enredo da Neovolução. Senti falta de mais aparições de Felix (Jordan Gavaris), Alison, Helena e até de Krystal, que sempre teve pouco tempo de tela. Também estou me perguntando até agora porque não houve o retorno do pai de Kira, Cal, já que o ator Michiel Huisman estava fora da sétima temporada de Game of thrones mesmo… Problemas à parte, a última temporada de Orphan black fez com que o público pudesse entender um pouco mais sobre o passado da vilã Rachel e ganhasse ainda mais afeição por Siobhan (Maria Doyle Kennedy) e Delphine (Evelyne Brochu — que eu tive a chance de entrevistar para falar sobre a série X Company no ano passado).

O episódio derradeiro dividiu opiniões. E entendo. A série preferiu resolver tudo nos primeiros 15 minutos do capítulo, acabando de vez com as cabeças do Dyad, e dando a impressão que o penúltimo episódio tinha sido realmente a conclusão. Mas acho justificável, porque, no fundo, Orphan black sempre foi muito mais do que uma série sobre uma conspiração de clones. Para mim, a produção protagonizada por Tatiana Maslany era uma história sobre essas mulheres iguais fisicamente, mas tão únicas em características e personalidades.

Cast GIF - Find & Share on GIPHY

Ao melhor estilo novelão, o último episódio mostrou a vida das protagonistas Sarah, Cosima, Helena e Alison após o fim da guerra ter sido decretado. Livres, cada uma tenta se encaixar nesse novo mundo e quem melhor consegue fazer isso, surpreendentemente, é Helena, que está feliz morando numa casinha no quintal do Hendrix ao lado dos gêmeos Laranja e Roxo, que acabam ganhando os nomes de Arthur e Doonie ao fim do episódio. Também coube a Helena aquele encerramento piegas de que a história da série está contada em um livro escrito por ela intitulado Orphan black. Enquanto isso, Cosima buscará pelas outras “sestras” que estão espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil, e Sarah, essa sim, precisa encontrar sua função nesse novo mundo sem conspiração e sem Shioban.

Crédito: Reprodução/Internet

O encerramento de Orphan black foi clichê, mas bastante satisfatório, nos entregando ação, respostas e momentos emocionantes — como a cena do parto de Helena, em que a série nos apresenta o flashback do parto de Sarah para o nascimento de Kira. Quem já está com saudades das “sestras”?

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

Posts recentes

“Vale tudo” estreia com metade do texto escrito, conta autora

Manuela Dias, responsável pela adaptação, afirmou que está debruçada na obra original há dois anos…

2 dias atrás

Análise: por que “Mania de você” se despede sem deixar saudades

Novela original criada e escrita pelo aclamado João Emanuel Carneiro chega ao fim nesta sexta-feira…

3 dias atrás

Saiba quem é o bonitão que será amante de Odete Roitman

O ator Ângelo Rodrigues tem 37 anos, é português e protagonizou a série Olhar indiscreto,…

5 dias atrás

“Celebridade” está de volta no Viva

Em substituição à Viver a Vida, novela icônica de Gilberto Braga é a nova reprise do…

1 semana atrás

A sutil (e animadora) relação entre ‘Ladrões de drogas’ e ‘Breaking bad’

Não foi exatamente o submundo das drogas. Também não foi a dupla de protagonistas com…

1 semana atrás

Globo está preparando um filme de “A viagem”

Informação foi dada, ao blog, em primeira mão, pelo diretor-executivo da TV Globo, Amauri Soares…

1 semana atrás