Entra temporada, sai temporada e os reality shows continuam na televisão brasileira. Alguns, como Big brother Brasil, A fazenda, The voice e MasterChef têm espaço cativo na grade; outros como O aprendiz estão de volta renovados; e ainda há os novatos, caso do The four. Não faltam títulos também na TV fechada e no streaming, com atrações com temas de decoração à gastronomia, passando por arquitetura, convivência e negócios.
É comum pensarmos: lá vêm eles de novo! Sempre a mesma coisa, as mesmas fórmulas. Mas não é bem assim. De maneira vagarosa e sutil — até porque a maioria deles é uma franquia estrangeira — , há renovações. Um exemplo é a atual edição do Big brother Brasil, da Globo. A seleção do BBB 19 apresenta novidades, contemplando mais diversidade e possibilitando discussões novas.
“O BBB foi mudando com o passar do tempo. Ele foi criado para ser um jogo, mas logo teve mais foco nas possíveis celebridades do que na competição em si. Agora, a seleção dos participantes vem mais diversificada, tentando representar uma sociedade fora do padrão. Talvez isso seja reflexo da necessidade de as pessoas se verem representadas no programa. Isso diversifica a discussão na casa e atrai um outro público, interessado no conflito de ideias”, afirma Cláudio Ferreira, autor do livro A dinâmica dos reality shows na televisão aberta brasileira.
Quem também acabou mudando para se adequar aos novos tempos foi O aprendiz. As novidades começam na “casa” do programa, que, agora, passa a ser exibido na Band. O comando volta ser de Roberto Justus. Na temporada prevista para estrear em março, o empresário avaliará influenciadores digitais. “Será a maior ligação entre o mundo dos negócios, da TV aberta e o mundo digital e das redes sociais”, afirma Justus, em material de divulgação do programa. O início das gravações de O aprendiz está previsto para 11 de fevereiro.
Reinvenção
A sociedade moderna, especialmente os jovens, está cada vez menos tempo em frente à tevê. “O público alvo de programas como o BBB é o jovem, mas ele é quem tem mais preguiça de ficar muito tempo em frente à tevê. É o público que mais foge da televisão”, afirma Cláudio. Para ele, uma solução para os reality shows enfrentarem essa realidade é a reinvenção, buscando linguagens multimídias, não necessariamente na telinha.
É o que acontece, por exemplo, com programas de gastronomia, como o MasterChef e o Cozinha prática, e com os de decoração, como o Santa ajuda e o Ordem na casa, fenômeno recente da Netflix. Os próprios apresentadores convidam o público a conferir versões estendidas nas plataformas de streaming das emissoras ou a ir aos sites, onde estão disponíveis vídeos com o passo a passo de receitas ou de artesanato.
“Além das plataformas digitais, programas de gastronomia e decoração rendem um outro negócio, como o lançamento de livros e a abertura de restaurantes”, completa Cláudio.
Infantil
Outra modalidade de reality show que costuma fisgar o público são as versões kids ou junior, ou seja, aquelas em que os competidores são crianças. Mesmo a Band não tendo investido numa nova temporada do MasterChef junior, o programa passou longe de, em termos de audiência, ser um fracasso.
Atualmente, a Globo exibe a quarta temporada do The voice kids, no qual crianças e pré-adolescentes soltam a voz. Neste caso, não são cantores profissionais. São crianças que têm desenvoltura e boa voz. Chamam a atenção mais pelo fator do “fofurômetro”.
Não é o observado quando chega a vez de os adultos soltarem a voz em programas como o The voice e o The four, atração que a Record estreia na próxima quarta-feira. Sob o comando de Xuxa, o reality apresentará quatro cantores já como finalistas. A cada semana eles são desafiados por colegas dos variados estilos. A performance deles é avaliada pelos jurados Aline Wirley (ex-Rouge), João Marcello Bôscoli e Leo Chaves (ex-dupla de Victor e ex-jurado do The voice kids). Só toma o lugar de quem está lá o candidato que tiver três votos “sim” na noite.
“Esse é um tipo de reality que tem que tomar cuidado para não ficar parecendo um enorme show de calouros. Por isso, eles investem muito em mostrar as histórias do candidato, em humanizar o programa”, explica Cláudio Ferreira.
Por mais que o formato dos reality shows pareça esgotado, eles estão aí sobrevivendo, nas mais diferentes vertentes nos divertindo, nos ensinando ou simplesmente dando vazão ao nosso escondido (e sempre negado) lado voyeur.
Ame-os ou deixe-os
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MasterChef
A gente odeia
A fazenda
A gente ama odiar
BBB
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