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Novela Vai na fé promete ser um mosaico de vários temas

Publicado em Novela

Novela das 19h Vai na fé estreia explorando diversos universos, como a religião evangélica. Nomes como Sheron Menezzes e José Loreto encabeçam o elenco

Quando começa a escrever uma novela nova, Rosane Svartman busca assuntos que estarão em voga dali a dois, três anos, quando a atração realmente for ao ar. As pesquisas são fortes aliadas dela nesse momento. Com Vai na fé, folhetim que ela estreia amanhã na faixa das 19h na Globo, não foi diferente.

“Eu gosto de pesquisar antes de começar a escrever uma novela. Vi pesquisas que apontam que 99% dos brasileiros têm fé e 90% dizem ter uma religião”, contou na entrevista coletiva de lançamento da novela. Assim nasceu a protagonista Sol (Sheron Menezzes). “Reparei desde de Bom sucesso (2019) que o público evangélico dialogava bem com a Paloma (Grazi Massafera). Eles queriam se ver também. A Sol está sendo escrita com muito carinho, sem ofender ninguém”, completa.

Sol (Sheron Menezzes)

“A Sol vem num momento muito importante, até no nome dela. Ela precisa ter fé para acordar, tocar o dia a dia dela, colocar as crianças na escola. Ela é daquelas que acordam com o sorriso no rosto, apesar de todos os problemas. Assim como milhares de mulheres reais fazem. É muito bom as pessoas ligarem a TV e terem uma coisa positiva e poderosa para se identificar”, comemora a atriz.

Rosane se apressa, porém em dizer, que Vai na fé não “tem um universo único, como a moda em Totalmente demais (2015) ou a literatura em Bom sucesso. Ela é um mosaico de assuntos e eixos, como o jurídico, o da universidade com a discussão sobre meritocracia, o artístico sobre a fama e o mundo pop, o religioso. São vários territórios que se desdobram.”

A música permeia a narrativa da novela. Sol é dançarina de um astro pop, o Lui Lorenzo (José Loreto). “Eu ia fazer o filme sobre o Sidney Magal e fiquei me preparando para o personagem durante dois anos. Mas o filme foi atrasando e eu entrei em Pantanal. Eu sabia que esse preparo ia acabar servindo para alguma coisa. Foi bom porque eu tinha pouco tempo entre uma novela e outra. Tive algumas aulas de canto e dança a mais e pronto”, revela Loreto.

O universo musical está longe de ser uma novidade na vida do ator: “Eu gosto de compor, de tocar violão desde a adolescência. Tenho uma música para cada momento da minha vida desde que tenho 12 anos. Aos 15 anos, por exemplo, compus uma música que se chama Moleque piranha sobre uma fase de pegação.” Lui Lorenzo ainda traz uma atmosfera de símbolo sexual que diverte Loreto. “Eu me divirto com esses personagens símbolos sexuais. A autoestima do Lui é 100 vezes maior do que a minha. Fica um exagerado crível e muito engraçado”, afirma, animado.

Também tem lugar para drama no mosaico de Vai na fé. Carolina Dieckmann volta às novelas como Lumiar, uma advogada que acaba despertando discussões sobre maternidade, ética e, claro, relacionamento amoroso. “Um dos motivos que me fez voltar às novelas foi a sincronia da vida da Lumiar com a minha. O marido dela, Ben (Samuel de Assis), resolve tirar um ano sabático e o meu tinha acabado de voltar de um. Depois, veio a dificuldade da sociedade de entender a mulher que não quer ser mãe. E, por fim, a relação dela com a mãe, Dora (Claudia Ohana), que é muito difícil, delicada e veio no momento em que eu tinha acabado de perder a minha. São assuntos dos quais eu queria falar”, comenta.

Os personagens de Regiane Alves, Clara; e Emílio Dantas, Theo, trazem a violência doméstica; a de Elisa Lucinda, Marlene, a religiosidade; e a de Renata Sorrah, Wilma, o etarismo. Elementos cruciais na colcha de Vai na fé. “Em uma novela das 19h a gente tem que ser leve, tem que ter humor. Mas pode ter drama também, emoção. A novela das 19h pode levar à reflexão sobre a realidade”, ensina a maestrina Rosane Svartman.