A novela é de época, mas a temática é contemporânea!

Compartilhe

Novo mundo, Tempo de amar e Orgulho e paixão, cada uma novela de época da Globo que debateu temas atuais, como racismo e feminismo

Há três temporadas, a Globo aposta em tramas de época no horário das 18h, com Novo mundo, Tempo de amar e Orgulho e paixão — a última novela contemporânea do horário foi Sol nascente. Além de se passarem em um período anterior ao atual, as três novelas têm em comum uma característica interessante: todas tratam de temas contemporâneos.

Demarcação de terras indígenas, preconceito racial e corrupção (nesse caso sob a figura do “jeitinho brasileiro”) foram alguns dos assuntos abordados em Novo mundo, novela de Thereza Falcão e Alessandro Marson que se passava no período em que o Brasil era uma colônia portuguesa. Tudo isso sob uma perspectiva que misturava ficção e realidade, e leveza e dramaticidade.

Apesar de Tempo de amar ter ficado marcado como um folhetim romântico, o principal mérito da produção, que acompanhava o amor de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio Ramos (Bruno Cabrerizo), foi incluir temas atuais dentro desse contexto. A trama dirigida por Jayme Monjardim abordou assédio sexual, racismo, analfabetismo e até assuntos relacionados à saúde pública, como a febre amarela — doença que tem voltado a alarmar o Brasil.

Crédito: Marília Cabral/Divulgação. Com o passar da trama, Maria Vitória se apaixonou e casou com VicenteCrédito: Marília Cabral/Divulgação. Com o passar da trama, Maria Vitória se apaixonou e casou com Vicente
Crédito: Marília Cabral/Divulgação. Com o passar da trama, Maria Vitória se apaixonou e casou com Vicente

Depois de Novo mundo e Tempo de amar, o mínimo que Orgulho e paixão tinha que fazer era seguir o mesmo caminho. E a história de Marcos Bernstein faz isso. Desde a exibição dos primeiros capítulos ficou claro que a trama abordará com leveza e uma boa pitada de um humor a equiparação de gênero. Tudo isso, principalmente, pela figura das personagens de Nathalia Dill (Elisabeta) e Chandelly Braz (Mariana), mulheres independentes e à frente dos pensamentos do século 20.

Outro tema que deve ganhar espaço maior em breve na novela é a questão trabalhista, por meio da história da exploração dos cafezais de Vale do Café, cidade fictícia em que se passa Orgulho e paixão. Vale a pena ficar de olho no personagem de Rodrigo Simas, o Ernesto, jovem idealista que já começa a trama deixando o café do fazendeiro Xavier Vidal pela falta de garantia de pagamento.

Que venham ainda mais temas contemporâneos para Orgulho e paixão! E que a prática de unir história de época e assuntos atuais perpasse para outros folhetins. Afinal de contas, a leveza das tramas das 18h não precisar ser necessariamente puro entretenimento.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

Posts recentes

Saiba quem é o bonitão que será amante de Odete Roitman

O ator Ângelo Rodrigues tem 37 anos, é português e protagonizou a série Olhar indiscreto,…

23 horas atrás

“Celebridade” está de volta no Viva

Em substituição à Viver a Vida, novela icônica de Gilberto Braga é a nova reprise do…

4 dias atrás

A sutil (e animadora) relação entre ‘Ladrões de drogas’ e ‘Breaking bad’

Não foi exatamente o submundo das drogas. Também não foi a dupla de protagonistas com…

5 dias atrás

Globo está preparando um filme de “A viagem”

Informação foi dada, ao blog, em primeira mão, pelo diretor-executivo da TV Globo, Amauri Soares…

6 dias atrás

Ruptura encerra a temporada com a magnitude que a história merece

A série da Apple TV+ responde o suficiente, deixa no ar novos mistérios e entrega…

1 semana atrás

Douglas Oliver emenda duas produções bíblicas na RecordTV

Ator pernambucano de 32 anos sai de Reis diretamente para Paulo, o apóstolo Patrick Selvatti…

2 semanas atrás