Por Pedro Ibarra*
Um novo ponto de vista. É o que BMF promete mostrar aos espectadores a partir deste domingo. A série, que terá episódios semanais disponíveis na Starzplay, estreia prometendo contar a origem da Black Mafia Family, uma das maiores produtoras musicais do hip-hop norte-americano nos anos 1990, apresentando o outro lado do polêmico grupo que misturou cultura e crime do final dos anos 1980 ao início dos anos 2000.
A história da BMF é bastante conturbada. Eles, a princípio, não tinham nenhuma relação com o mundo da música. Os irmãos Demetrius “Big Meech” Flenory e Terry “Southwest T” Flenory eram traficantes de drogas e lendas nas ruas de Detroit. Apesar de muito influentes na cultura hip-hop, os dois foram acusados e condenados por usarem a Black Mafia Family como fachada para lavar o dinheiro que obtinham com o tráfico, principalmente da cocaína vinda do México. Eles chegaram a usar músicos para transportar drogas para os Estados Unidos.
Contudo, o foco da série é dar para os dois o controle da narrativa. Não transformá-los nos mocinhos, ou injustiçados das próprias histórias, mas, sim, mostrar a perspectiva deles desde a infância até a construção do grande império. “Para se tornarem tudo o que se tornaram, eles tiveram que crescer em uma realidade dura de Detroit, cercados de violência, andando em cima de corpos, indo para escola com buracos nos sapatos, os pais sem dinheiro para pagar as contas, terem que ajudar financeiramente a casa com 15 anos de idade”, afirma Demetrius Flenory Jr., filho de Big Meech e ator principal da série, interpretando o próprio pai.
“Em BMF, nós falamos de pessoas que não tiveram necessariamente uma escolha. Você vê os crimes nos noticiários e se pergunta: ‘Por que eles fizeram isso?’, mas não há apenas uma resposta para essa pergunta”, comenta Curtis “50 Cent” Jackson, mais conhecido como rapper, mas que assina o trabalho em BMF como produtor e diretor do sétimo episódio.
“Eu acredito que as pessoas têm que saber a história de como o meu pai começou para poder entender a trajetória da Black Mafia Family. Pessoas só sabem o que elas ouviram, podem até ter pesquisado, ou visto documentários, mas elas não sabem realmente como ele conseguiu chegar onde chegou, ou mesmo meu tio chegou onde chegou”, afirma o filho, também conhecido como Lil Meech. “Não é só sobre o tráfico, é sobre família, sobre irmandade, é sobre a alma. Não importa de onde você é, você ainda consegue se sentir conectado com a história”, acrescenta o artista.
A série marca a estreia de Demetrius como ator. Ele, inclusive, começou as aulas de teatro para interpretar o próprio pai. “50Cent me ligou e me contou que queria que eu interpretasse meu pai”, lembra. Ele aceitou pela honra de interpretar as histórias que ouvia desde criança. “É muito diferente, porque, agora, é como se eu pudesse andar pisando nas pegadas que meu pai deixou, fazer as mesmas coisas que ele fez nos anos 1980, coisas que eu nunca imaginei”, completa.
“Eu indiquei o Lil Meech para fazer o Big Meech e o Snoop Dogg para série. Depois de eu indicar esses dois, Randy Huggins (criador e showrunner da série) falou: ‘Vamos fazer qualquer coisa que você falar, cara’”, conta 50 Cent. O artista disse que investiu muito dinheiro na carreira do jovem ator e que acredita que já está dando resultados, tanto para Demetrius quanto para a série. “A paixão é que faz esse projeto um sucesso. Você assiste à série e pensa: ‘É o filho do cara que está atuando’”, avalia o rapper e produtor-executivo. “Quando você consegue conquistar coisas significativas, o seu legado são as pessoas a quem deu oportunidade no caminho”, completa.
“Quando eu ouvi falar da Black Mafia Family, me contaram, na época, o que eles estavam fazendo. Um artista veio me convidar para uma reunião com o pessoal da produtora e eu pedi para que ficassem longe de mim”, recorda-se 50 Cent. O cantor pontua que conhecia Big Meech e T, mas que nunca quis fazer parte da atividade criminosa nem ter ligações com o grupo, afinal teve um passado envolvido com o tráfico de drogas e chegou a ser baleado por este motivo no início da carreira, nos anos 2000. “Meu passado dizia que eu estaria envolvido com o tipo de coisa que eles faziam, então eu quis distância. Eu os evitei, porque eu sei quem eu sou e de onde vim, e sabia o quão fácil seria para eles me empurrarem para esse tipo de ciclo”, reflete o artista.
50 Cent disse que, mesmo sem se envolverem, não há nenhum ressentimento por parte dos criadores da Black Mafia Family. “Acho que o Meech e o T entendem porque eu fiquei longe deles. Eles sabiam que eu me envolveria muito”. Por isso, ele tem a intenção de fazer o melhor trabalho possível. “Eu não tenho nenhum sentimento que faça gostar ou desgostar deles, tudo que eu quero fazer é contar a história, do jeito que ela deve ser contada”, diz.
“Eu não me arrependo da minha decisão, nem eles se arrependem”, fala 50 Cent sobre só estabelecer relação com a dupla da Black Mafia Family para a série. “Os dois estão felizes que eu estou aqui para dar a certeza de que a história deles está sendo contada da forma certa, em vez de eu ter feito parte da história.”
*Estagiário sob a supervisão de Sibele Negromonte
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