Na quarta temporada, Elite anda em círculos

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Fórmula da trama dos alunos do colégio Las Encenas se repete, sem sair do lugar. Leia a crítica da quarta temporada de Elite

A série Elite da Netflix faz sucesso contando o dia a dia de alunos do ensino médio. Com três temporadas, a série havia cumprido a jornada didática, sendo aprovada com boa média final. Mas veio a quarta temporada (e virá a quinta, com o brasileiro André Lamoglia confirmado no elenco) e a sensação é que repetimos de ano. A mesma fórmula do ciclo anterior está de volta. A série não saiu do lugar.

Assim, a ação começa com a chegada de alunos e diretor novos. Logo nas primeiras cenas, somos apresentados ao diretor Benjamin Blanco (Diego Martín) e aos filhos dele: os gêmeos Ariadna (Carla Diaz), ou Ari, e Patrick (Manu Rios) e a caçula prodígio Mencía (Martina Cariddi), que acompanha os irmãos nas classes. No episódio seguinte, temos ainda a entrada do nobre Phillipe von Triesenberg (Pol Granch), o segundo príncipe mais jovem da Europa.

A eles se juntam nossos conhecidos, remanescentes das temporadas passadas, Samuel (Itzan Escamilla), Omar (Omar Ayuso), Rebeka (Claudia Salas), Guzman (Miguel Bernardeau), Ander (Arón Piper) e Cayetana (Georgina Amorós).

Fotos: Niete/ Netflix. Os novatos Ari, Benjamim, Mencía e Patrick

Fora os personagens novos ー que são bons, em sua maioria ー a receita é conhecida. A primeira cena é do depoimento de um dos alunos sobre um crime que só vamos descobrir qual é no fim do episódio. A cada capítulo, um pedaço do crime, que é o desfecho das ações, vai se revelando por meio de flashbacks e depoimentos. Sim… exatamente como na morte de Marina (Maria Pedraza), no primeiro episódio da primeira temporada.

Além disso, a quarta temporada de Elite explora as relações familiares dos alunos e os romances entre eles. A diferença é que, desta vez, há mais cenas “calientes”. O vestiário vira um estranho ponto de encontro para se conversar. Agora, o foco está em dois casais homoafetivos ー Omar e Ander e Rebeka e Mencía ー e num triângulo amoroso. Já vimos isso antes, não?

Leia a crítica da quarta temporada de Elite

Rebeka é o centro das atenções da quarta temporada de Elite

A chegada do quarteto de alunos é o que melhor acontece na quarta temporada de Elite. Eles movimentam a trama e são ricos em drama. Mostram que vieram para causar ー e geralmente para causar a discórdia.

Ari põe em xeque a amizade de Samuel e Guzman, fortalecida na última temporada. Patrick balança as estruturas do romance entre Omar e Ander. Mencía vira a vida de Rebeka de cabeça para baixo. E Phillipe vive o amor proibido entre o príncipe e a faxineira Cayetana, com direito a um passado mal explicado do rapaz.

Com tudo isso, é Claudia Salas que se dá bem. A intérprete de Rebeka rouba cada cena. Aliás, isso já aconteceu nos especiais Histórias breves, disponibilizados quatro dias antes da estreia desta temporada. Joga a favor de Claudia que Samuel continua sendo aquele protagonista pelo qual temos dificuldade de torcer. Sem sal, sem atitude. Nem as (muitas) cenas ousadas salvam o rapaz.

Além de Rebeka, o trio Patrick, Omar e Ander também ganha espaço. Se o casal Omar e Ander era o mais estável no início da temporada, Patrick está aí para atrapalhar tudo.

Dos novatos, Mencía é quem ganha mais carga dramática. Os constantes desentendimentos com o pai a levam a tomar atitudes extremas que envolvem sexo, drogas e violência. A atriz Martina Cariddi dá conta do recado e nos leva a pensar que Mencía é um anjo injustiçado. Vítima muitas vezes, sim. Anjo jamais.

A temporada termina, claro, com respostas a serem dadas na próxima sequência e sem o crime ser completamente esclarecido. Ainda há um segredo na família Blanco a ser revelado. E lá vamos nós para mais um ano no Las Encenas.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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