Vitor Thiré une amores ao viver o Davi da novela Órfãos da terra e o André da série Aruanas. Em entrevista, o ator fala da família e do amor pelos palcos
“O que tem que falar mais alto é o amor”. A frase do ator Vitor Thiré soa como um bálsamo nos dias de hoje. O intérprete de Davi na novela Órfãos da terra comemora que o sentimento é a mola para que seu personagem supere as dificuldades com a amada, Cibele (Guilhermina Libanio).
“É difícil se relacionar com alguém cuja família não está de acordo com tal relacionamento, mas, no fim das contas, o que tem que falar mais alto é o amor. Uma das intenções da novela é buscar essas identificações com o público, justamente para retratar a questão e, neste caso, ‘resolvê-la’ da melhor maneira possível: através do amor”, afirma Vitor, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Vitor também pode ser visto em Aruanas, série do Globoplay com pegada ecológica estrelada por Leandra Leal, Taís Araújo e Débora Falabella. Ele vive o ativista André e comemora: “Aruanas é a realização de um sonho por poder juntar essas duas paixões: arte e ativismo.”
Na entrevista a seguir, Vitor fala sobre Órfãos da terra, Aruanas, teatro e a família. O bisneto de Tônia Carrero faz parte da quarta geração de atores do clã. “É um privilégio”, afirma. O privilégio é todo nosso!
Leia entrevista com Vitor Thiré!
O Davi vive um romance proibido em Órfãos da terra. Conseguiria passar por essa experiência na vida real?
É difícil se relacionar com alguém cuja família não está de acordo com tal relacionamento, mas, no fim das contas, o que tem que falar mais alto é o amor. Davi e Cibele se amam muito e nada, nem religião, nem família, nem preconceito, nem ninguém consegue impedir esse amor. Mas nunca passei nada parecido. (risos)
Seu personagem da novela acaba enfrentando os próprios preconceitos por causa do romance da irmã dele. Acha que a novela abordar essa temática pode ajudar de alguma forma quem passa por isso e está assistindo à trama?
Com certeza. Uma das intenções da novela é buscar essas identificações com o público, justamente para retratar a questão e, neste caso, “resolvê-la” da melhor maneira possível: através do amor.
Você conversou com alguém que foi a uma zona de conflito para compor o Davi?
Não conversei com ninguém pessoalmente, porém mergulhei em documentários que abordam o universo da guerra – sobretudo a de Israel e fiz uma pesquisa por fora.
Além de Órfãos da terra você está em Aruanas. A trama fala da questão ambiental. Como seu personagem se insere nesse contexto?
Em Aruanas faço André: um ativista de campo da ONG Aruana, que usa técnicas de missão não-violentas para denunciar para o mundo os reais crimes que ocorrem na nossa Amazônia. Buscamos valorizar e preservar a vida dos ativistas e dos povos indígenas.
A temática ambiental já te interessava antes da série?
Totalmente. Sempre me interessei pela natureza, em preservá-la. Sempre assisti a filmes sobre o tema. Aruanas é a realização de um sonho por poder juntar essas duas paixões: arte e ativismo.
Como vê esse cenário no Brasil, com desmatamentos e atividades ilegais na Amazônia, por exemplo? Dá para ser otimista?
Acredito que a série vem, sobretudo, para trazer, além da reflexão e urgência sobre o tema, esse otimismo universal, na minha opinião. Mostrar para o maior número possível de pessoas o que realmente está acontecendo com a Floresta Amazônica – berço da maior diversidade natural mundial, o pulmão do mundo.
Aruanas é uma produção que não foi feita para a TV aberta e, sim, para o streaming. Para o ator isso faz alguma diferença?
Não. Atuamos com a mesma verdade e paixão para cinema, série, novela, teatro, etc…
Em Liberdade liberdade você interpretou um cego. Foi seu maior desafio na tevê até o momento?
Acredito que cada personagem é um desafio novo. Mas sem dúvida Ventura foi um dos que mais me tirou da zona de conforto, ainda bem. Adorei interpretar um cego! Ainda mais no Brasil de 1808.
Você faz parte de uma família com muitos atores. Como é a relação de vocês? Há troca de impressões entre vocês, por exemplo?
Minha família desde sempre conversa sobre cultura, arte, televisão, sobre o cenário cultural do país, mas, sobretudo, o assunto predileto: teatro. Desde que me entendo por gente, nos Natais, festas, almoços de família falava-se muito de teatro. Quatro gerações diferentes do mesmo ramo trocando figurinhas e ensinando uns aos outros. Privilégio!
Você chegou a conviver no palco ou nos sets com a Tonia Carrero?
Convivi bastante com minha bisa. Porém nunca trabalhamos juntos. Lembro perfeitamente de ela amar a homenagem que fizemos para ela, na inauguração de sua sala no Teatro Leblon, junto com minha irmã Juliana e direção do nosso tio Carlinhos: uma apresentação de Um Deus dormiu lá em casa. Foi épico! Inesquecível. Saudades.
Você começou cedo no teatro, ainda criança. Por isso hoje, mesmo jovem, se considera um veterano?
Estou com 11 anos de carreira e 25 de idade. Sinto firmeza na bagagem que conquistei, mas com plena noção de que temos um mundo inteiro ainda para aprender.