Com estreia em 7 de dezembro, o live-action Mogli: Entre dois mundos tem atmosfera mais madura do que a animação e conta com ótima atuação do ator mirim Rohand Chand
A versão cinematográfica mais conhecida de Mogli, história retratada em O livro da selva de Rudyard Kipling, é a animação de 1967 da Disney. Há dois anos, o filme ganhou uma versão live-action. Agora, em 7 de dezembro de 2018 chega ao serviço de streaming Netflix outra adaptação também em live-action, que, inclusive, é um pontapé para uma série de lançamentos no formato que ocorrerão entre 2019 e 2020, com clássicos como Dumbo, Aladin e O Rei Leão na lista.
Sob o título de Mogli: Entre dois mundos, o filme também é inspirado no livro de Kipling e tem algumas diferenças em relação à animação, ganhando uma atmosfera mais séria e sombria.
Para começar, na versão da Netflix, a história conta com a narração nos minutos iniciais e depois finais da serpente Kaa, dublada por Cate Blanchett, uma entidade tão velha quanto a selva. Cabe a ela, contar a história do menino Mogli.
Um bebê que foi criado por uma família de lobos tendo Nisha (Naomie Harris) e Vihaan (Eddie Marsan) como pais, após a morte da mãe humana, vítima do tigre Shere Khan, dublado por Benedict Cumberbatch. A entrada do pequeno humano na família aconteceu graças a Bagheera (Christian Bale), a pantera que deu uma força para o fato acontecer — assim como na história original da animação.
Porém, diferentemente do desenho animado, a alcateia decide que Mogli viverá como lobo sob a proteção dos novos pais, da pantera Bagheera e do urso Baloo (Andy Serkis), que aceitam “falar” pelo filhote, e o acordo fica combinado, no mínimo, enquanto Akela (Peter Mullan), o líder atual da alcateia, viver. Dessa forma, Khan não tem o que fazer, mas promete voltar para buscar o sangue do “filhote de humano”.
A história, então, tem um pulo temporal e acompanha a rotina de Mogli, aqui já interpretado pelo ator mirim Rohan Chand, que, apesar de ter sido criado como um lobo, percebe que tem suas diferenças e limitações. Após anos sem ser perturbado pelo tigre, o menino volta a ser motivo de atenção do vilão, que está em busca de uma falha durante a prova que diz se ele está apto para participar da caça ao lado dos lobos mais velhos ou até de Akela, para cumprir sua promessa de matar o pequeno.
É a partir desse contexto que a trama debate as dúvidas de Mogli e mostra esse momento de “gato e rato” entre o humano e o tigre Shere Khan.
Crítica de Mogli: Entre dois mundos
Com direção de Andy Serkis e roteiro de Callie Kloves, Mogli: Entre dois mundos é uma adaptação muito interessante do clássico. Aqui, a história é mais madura e mais sombria, os personagens ganham mais força e Mogli rouba a cena.
O protagonista é carismático e encanta a atuação de Rohan Chand, de apenas 14 anos, que passa quase uma hora das uma e 44 do filme, atuando com os animais, feitos com efeito gráfico e com ajuda de captação de movimento com atuação e dublagem de grandes nomes do cinema. O filme também acerta ao criar uma atmosfera familiar e fraterna nas relações de Mogli com a alcateia e com os protetores Bagheera e Baloo.
O visual de Mogli: Entre dois mundos é outro destaque da produção. Tanto a selva, como todos os animais são muito bem feitos e proporcionam cenas e imagens que devem encantar os espectadores.
Como toda história clássica da Disney, a produção mantém a força das lições morais: a relação do homem com a natureza, a importância de se sentir pertencente a algo, e o saber lidar com a diferença. Além disso, o filme explora em sua reta final o questionamento de Mogli sobre ser um lobo ou homem.
Mogli: Entre dois mundos é um filme bonito, fofo e envolvente, com duas boas surpresas, como a atuação de Rohan Chand e a primorosa direção de Andy Serkis. Bem melhor do que a versão animada da Disney!
Confira o teaser de Mogli: Entre dois mundos