A segunda temporada de Master of None é um prato cheio para os fãs da série. Sem perder o ritmo, o humor voltou com tudo!
Séries que agradam sempre deixam um medo no ar: e se vier uma temporada nova que colocar tudo a perder? Quando temos uma série como Master of None, o temor é ainda maior: tudo é escrito, produzido e encenado por um famoso comediante, Aziz Ansari, que tem a missão de manter o público rindo. Mas a Netflix liberou a segunda temporada e deu tudo certo, ufa!
Eu ainda bato o pé quando alguém coloca Master of None junto do bolo de produções que estão na Netlix e foram soltas mais ou menos no mesmo período. Sim, vocês sabem do que eu estou falando: Love, Easy… Todas comédias românticas. Se Love já tinha me deixado incomodada na primeira temporada, com aquele final grotesco, a segunda temporada me fez desistir de vez da produção (você podem ler a crítica aqui). Mas com Master of None a história foi diferente, e a explicação é bem simples: o ponto central não é o romance, e o personagem tem muito mais maturidade emocional do que nossos queridos Gus e Mickey.
Enquanto é cansativo ver os personagens de Love cometendo erros atrás de erros, sem nunca aprender nada, em um ciclo sem fim de angústia, vícios, e mágoas, Dev é pura leveza. E olha que a missão não é simples. Nessa temporada, por exemplo, Aziz resolveu lidar com temas como homofobia, religião, relações familiares, traição, e claro, não poderia faltar, mais uma dose de preconceito racial. Tudo isso com humor, mas sem esquecer de transmitir mensagens importantes. E mais do que isso, mensagens reais.
Para quem está perdido: nós terminados a primeira temporada vendo Rachel indo embora e deixando um Dev de coração partido. Em uma decisão repentina ele larga tudo e pega um avião para Itália, com o objetivo de aprender a fazer massas.
Nesta temporada, os primeiros episódios se passam em Modena (Sim, fãs de Chef’s table, a casa de Massimo Bottura, da Osteria Francescana), e Dev arrasa no italiano (para um americano, que está há pouco tempo na cidade), mas nem tanto nas massas. Lá ele conhece Francesca, que vai ser um personagem muito importante durante todos os dez episódios.
Depois, ele decide voltar para Nova York, e os personagens que adoramos continuam na trama: Denise, Arnold e Brian (que infelizmente aparece muito pouco). Além disso temos o pai de Aziz (Sim, ele é pai do ator na vida real!), e seu primo Navid. Que elenco maravilhoso. É tanto carisma que dá vontade de entrar na tela e dar um abraço em cada um dos personagens.
De toda essa temporada, destaco dois episódios incríveis: o episódio 6 (New York, I love you) e o número 8 (Thanksgiving).
Em New York, I love you, quase não vemos os personagens da série. São diversas histórias, quase esquetes, de moradores de Nova York que se cruzam de alguma maneira. É a cara de Master of None: leve, e trata de diversos assuntos sem grandes discursos. Apenas cenas do dia-a-dia que trazem algum tipo de reflexão.
Já em Thanksgiving, acompanhamos diversos jantares de Ação de Graças na casa da família da Denise, dos anos 90 até os dias atuais. As cenas em conjunto tratam sobre o processo de aceitação da sexualidade da personagem que a família percorre. Outra receita simples, mas ainda assim tocante.
No fim, o saldo é positivo. Com um final ambíguo (fiquem tranquilos, sem spoilers), a temporada deve agradar aos fãs da série, já que repete os ingredientes da sua estreia, com alguns temperos a mais.