Mary Elizabeth Winstead comenta a estreia de Um cavalheiro em Moscou

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A minissérie da Paramount+ adapta um livro sobre Revolução Russa e esperança por dias melhores, mensagem que a atriz julga como importante

Por Pedro Ibarra

Os tempos mais difíceis podem ser lidados de várias formas, uma delas é com senso de humor. O riso e a ironia são traços importantes da série dramática Um cavalheiro em Moscou. A produção baseada no livro homônimo de Amor Towles conta sobre um momento pesado, mas tem na leveza do cômico e de uma boa história o contraponto. O seriado chega à Paramount+ na próxima sexta-feira.

A narrativa se passa nos anos de 1920 e acompanha um aristocrata russo, de uma família rica há gerações, que vive completamente descolado da realidade. Após a revolução no país, ele é tratado como inimigo do governo e condenado à morte. Porém, por ser muito bom com pessoas, consegue converter essa pena para uma prisão perpétua em um hotel em Moscou, capital da Rússia. O conde Alexander Rostov, personagem de Ewan McGregor, precisa entender a nova vida e se unir às pessoas para se reconectar com quem mais ama na Rússia: as pessoas.

A famosa atriz Anna Urbanova fica hospedada no hotel de luxo em que ele está vivendo e se torna interesse amoroso do protagonista. Ela é uma artista em crise, uma vez que tem de migrar do cinema para o teatro porque os valores que ela exaltava nas telonas já não fazem mais sentido na Rússia pós-revolução. A responsável pela complexidade de Anna é Mary Elizabeth Winstead, atriz casada com Ewan McGregor que se interessou pelo livro vendo o marido pesquisar para a série. “Eu achei tudo incrível, bonito e bem escrito. A Anna realmente se destacou, pulou das páginas diante dos meus olhos”, conta Winstead em entrevista ao Correio.

A atriz afirmou que tentou achar relações entre ela e a personagem que interpreta. “Ela é muito diferente de mim em muitas coisas, tanto de personalidade quanto dos fatos que viveu. Porém, aos poucos, fui percebendo que há pontos que somos iguais de alguma forma”, lembra. “Quanto mais ela envelhece na história, mais ela cresce em mim e se aproxima da minha história. Crescemos juntas e eu me conectei de forma real com ela conforme a série passava”, reflete.

Mary Elizabeth Winstead se sente feliz de viver uma personagem tão importante em uma história que, apesar de se passar em 1923, conversa muito com os dias atuais. “Há um elemento atemporal. Há um sentimento de desesperança, de falta de propósito de vida e de não ter um horizonte ou uma direção para seguir que muitas pessoas estão sentindo agora”, avalia a atriz.

“Nós vemos o protagonista descobrindo que não é sobre as posses dele, ou a casa que perdeu, mas sobre as conexões que tem com as pessoas que ama”, conta Winstead, que acredita no poder dessa mensagem. “São essas pessoas que nós podemos contar e que nos dão propósito de vida. Acho que, atualmente, as pessoas procuram se conectar dessa forma umas com as outras, especialmente, porque nos sentimos cada vez mais isolados”, analisa.

Para Winstead, o bom humor somado à narrativa potente trazem para Um cavalheiro em Moscou um traço de realidade a algo que é originalmente um romance. “O humor é sempre importante porque parece ser fiel à vida real. Mesmo nos tempos mais sombrios, o humor está sempre lá. Quanto mais pesado, mais é possível ver pessoas fazendo piadas, até porque às vezes é um sorriso que é preciso para aliviar”, comenta a artista. Winstead acha que é possível ver o mundo real na ficção, e talvez encontrar um afago para os tempos difíceis. “Eu espero que essa série traga um calorzinho para as pessoas e relembre que, quando você tem pessoas que você ama na sua vida, você tem um propósito”, conclui.

Pedro Ibarra

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