Marco Luque comemora boa fase da carreira na tevê, com a volta à Escolinha do Professor Raimundo, novo quadro nos Altas horas e série de humor no Globoplay prestes a estrear
Marco Luque está a mil: O humorista bate ponto no Altas horas todo sábado com vários personagens e com um quadro novo, o De cara limpa; está no elenco de Eu, a vó e a Boi, série de Miguel Falabella para o Globoplay; e voltará à Escolinha do Professor Raimundo, cuja nova temporada estreia no Viva na próxima segunda-feira (8/7), como Patropi.
Viver um personagem defendido por outro ator é um desafio para qualquer profissional, seja por medo das comparações, seja por querer evitar a repetição. Luque garante que, no caso do Patropi que ele interpreta, tem muito mais prazer do que medo. “É muito gratificante ter a oportunidade de interpretar um personagem feito por um grande nome como o Orival Pessini, que é um ícone. Mas também tenho a minha visão sobre o Patropi nessa nova temporada”, conta, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Outro desafio para o humor atual é respeitar o politicamente correto, ou seja, brincar sem ofender ninguém. Luque afirma que é sempre “importante entender os limites com aquilo que estamos abordando e até onde isso continua sendo apenas uma brincadeira ou fere alguém. O respeito e a educação para mim sempre foram a base de tudo, em todos os contextos.”
Na entrevista a seguir, Marco Luque fala sobre os projetos, o humor do dia a dia, novelas e a dublagem de Toy story 4. Confira!
Leia entrevista completa com Marco Luque!
Você estará na próxima temporada da Escolinha do Professor Raimundo. Como é viver um personagem consagrado por outro ator? Temeu comparações?
Críticas sempre vão existir, mas eu procuro dar o meu melhor em todos os trabalhos. É muito gratificante ter a oportunidade de interpretar um personagem feito por um grande nome como o Orival Pessini, que é um ícone, mas também tenho a minha visão sobre o Patropi nessa nova temporada.
O humor feito na época em que o personagem foi criado e o de hoje são bem diferentes. Quais são as maiores dificuldades de manter a essência dele sem soar ultrapassado?
Eu acho que é mais um processo de adaptação e evolução do que uma dificuldade. Assim como os tempos mudaram e os pensamentos também, mas não deixamos nossa essência de lado. Isso acontece da mesma forma com o personagem. O que trabalhamos com o Patropi na verdade foi a adaptação dele para os dias atuais, conectando com o cenário mais contemporâneo, mas mantendo sempre a essência dele.
Você chegou a ter problemas com o Mustafary por conta de questões raciais e com o estereótipo do baiano preguiçoso? Como fazer para respeitar esses limites no humor?
Não tive muitos problemas em relação a isso, pois ele sempre foi bem aceito pelo público. Além disso, no processo de construção de cada um dos meus personagens, eu procuro sempre observar questões culturais e sociais que me dão base para entender o universo em que eles serão inseridos. Sempre procurei respeitar muito todas as culturas. Dentro do humor é importante entender os limites com aquilo que estamos abordando e até onde isso continua sendo apenas uma brincadeira ou fere alguém. O respeito e a educação para mim sempre foram a base de tudo, em todos os contextos.
Atores da sua geração, como Fabiana Karla e Marcos Veras, estão fazendo novela. Por que você não faz? Faltam convites ou falta vontade sua?
Não digo que nunca farei, mas agora não é o meu foco. Estou me dedicando a muitos projetos bacanas nos palcos e nos programas de tevê de que participo e estou totalmente imerso neles.
Você faz humor solo e personagens. Qual é a diferença entre esses dois estilos? Tem algum que seja preferido?
No stand-up, sou eu ali, de cara limpa contando histórias e fazendo piadas. No show solo com personagens, eu posso interpretar um pouco mais, afinal conto com eles para passar ao público diferentes realidades e universos. Não tenho um preferido, todos eles possuem características próprias e bem marcantes. É incrível poder brincar com essas questões.
No seu novo quadro no Altas horas, De cara limpa, você entrevista convidados e brinca com as respostas. Como está sendo essa brincadeira de fazer entrevistas num programa de entrevistas?
Está sendo bastante divertido e desafiador! O Altas horas me proporcionou muitas coisas legais e essa experiência está sendo incrível. É engraçado ver o resultado final do quadro, a reação das pessoas nessa brincadeira de mudar o tom da conversa com os convidados. Começo de cara limpa, com perguntas mais sérias; depois mudo todas as perguntas, caracterizado. O resultado é bem legal.
O Altas horas tem muitos jovens na plateia. Geralmente eles são bem críticos. Teve algum medo de ser criticado por eles?
Qualquer novo projeto que apresentamos ao público gera um frio na barriga ao aguardar a reação de todos. É um pessoal bem mente aberta para as novidades e eles sempre me recepcionaram muito bem, então, me senti muito bem aceito e percebo o carinho que eles têm comigo.
Você estará em Eu, a vó e a Boi. O que pode adiantar do seu personagem?
Vou interpretar o Montgomery, que é filho da “Boi”, a Yolanda, que é a personagem da Vera Holtz. O Montgomery é casado com a Norma, personagem da Danielle Winits, mas o casamento deles nunca foi muito bom. Com os filhos ainda pequenos, ele foge com o trailer que ele e a esposa haviam comprado para fazer um food truck. Depois, ele conhece uma venezuelana, se casa com ela e começa um novo negócio. O Montgomery não tem muito tato para lidar com os filhos e muito menos com as finanças, então, vocês já imaginam, né? É um projeto muito bacana que estou adorando.
Você dublou várias animações e está em Toy story 4. Como é essa experiência? Seu lado infantil fica mais em evidência durante esses trabalhos?
Eu adoro dar voz aos personagens por meio de dublagem. É um processo diferente de atuar em frente às câmeras ou nos palcos, mas é tão bacana quanto. Tenho duas filhas, então me divirto muito quando faço trabalhos mais infantis.