Márcio Garcia: “Fazer um programa para família é muita responsabilidade”

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De volta ao Tamanho família, Márcio Garcia se consolida como apresentador. Ao Correio, ele fala sobre a carreira, a nova temporada do programa e a experiência como pai de quatro filhos

A carreira de Márcio Garcia sempre foi dividida entre a atuação e a apresentação: Foi como apresentador que estreou na TV no início dos anos 1990 e logo emendou a novela em Tropicaliente.

Ao longo da trajetória esteve em novelas de sucesso, como Celebridade (2003), em que viveu o Marcos Rangel, que ficou mais conhecido pelo apelido de “michê” dado pela vilã Laura (Cláudia Abreu), e Caminho das Índias (2009), em que interpretou o protagonista, o indiano Bahuan, que iniciou a trama fazendo par com a personagem de Juliana Paes (Maya). Como apresentador se destacou em atrações como Vídeo show, Gente inocente, O melhor do Brasil, Globo de ouro até chegar ao projeto Tamanho família.

“Estar no palco com meus convidados e com a minha plateia é o momento de que eu mais gosto. Não sinto muita falta de atuar. De vez em quando faço uma participação em alguns filmes e mato a minha saudade”, fala sobre a preferência para carreira de apresentador, a qual se dedica atualmente.

Marcio Garcia e Família Lima. Crédito: Victor Pollak/Divulgação

Lançado em 2016 na programação dominical da Globo, o Tamanho família se firmou e chegou no último domingo à sexta temporada, promovendo disputas entre famílias de famosos. A estreia foi com Zezé di Camargo e Ivete Sangalo. Muito mais do que um game show, a atração é um programa que destrincha a vida das celebridades e as coloca em um ambiente poucas vezes visto. Até por isso, a atração mistura momentos engraçados com emocionantes.

“Os convidados estão ali diante da família e não diante de colegas de trabalho. Não estão acostumados a entrar no palco com eles, mas isso também os deixa mais à vontade, eles deixam de ser celebridades e se tornam um parente como outro qualquer. Isso realmente traz ao público momentos de alegria, descontração e, como a gente sabe, de emoção também”, diz.

Entrevista / Márcio Garcia

Você está há seis temporadas à frente do Tamanho família e já tinha no currículo a apresentação de outros programas. Como se deu a oportunidade de comandar o programa?
Tive a possibilidade de fazer outros programas, mas em nenhum deles a identificação foi tanta. Sem dúvida, o tempo me deixou mais experiente. Fiz alguns trabalhos importantes, estudei muito, virei produtor, diretor e fiquei mais maduro, me senti mais preparado. Fazer um programa para família é muita responsabilidade. É um presente de Deus poder, com quatro filhos e uma experiência bacana, ter a chance de apresentar um programa tão especial.

O Tamanho família é um programa que mistura momentos engraçados com emocionantes. Como é vivenciar essa mistura de sentimentos durante a gravação com os convidados?
Não é um programa de auditório como outro qualquer. É muito especial ver os convidados tão gratos pelo convite, tão emocionados. Muitas vezes eu ouvi que foi a vez que a família mais brincou junto e ficou junto em anos. Isso não tem preço. Os convidados estão ali diante da família e não diante de colegas de trabalho. Não estão acostumados a entrar no palco com eles, mas isso também os deixa mais à vontade, eles deixam de ser celebridades e se tornam um parente como outro qualquer. Isso realmente traz ao público momentos de alegria, descontração e, como a gente sabe, de emoção também.

Crédito: Victor Pollak/Divulgação

Como você se prepara para cada episódio do programa? E como é feita a escolha dos convidados?
Escolhemos os convidados e, a partir daí, temos pesquisadores na equipe que vão a campo e destrincham tudo de cada família: como ela se organiza, sua dinâmica, seus componentes e como são essas relações familiares. A partir daí, são pensadas as provas mais adequadas para cada programa. A ideia é que os convidados se divirtam e também se emocionem. Curto muito o processo de ensaio das provas, com a trupe e toda a equipe. A gente dá risada, testa as provas e brinca muito entre a gente. A gente ri, se diverte, melhora, se questiona e já chega no programa com a prova lapidada. Mas também tenho uma pesquisa sobre as famílias, que leio antes, leio o roteiro antes também e, se preciso, mexo no texto com a equipe de roteiristas, que é incrível.

O que podemos esperar da nova temporada de Tamanho família?
Na nova temporada a gente tem um cenário novo. Os sofás agora estão próximos e, com isso, as famílias participam mais dos papos umas das outras, interagem mais. Acho que as brincadeiras estão ainda mais divertidas. Teremos umas provas bem tecnológicas, muita coisa com simulação de game, óculos de realidade virtual, painéis interativos em que a gente pisa em cima, bem legal. E sempre pensamos numa dinâmica em que o pessoal de casa passa participar e torcer também. E, como temos muitos convidados cantores, é também uma temporada bem musical. Teremos Ivete, Zezé di Camargo, Paulo Ricardo, Simone & Simaria, Joelma, Lucas Lucco, etc.

Você sempre transitou bastante entre os ofícios de ator e apresentador desde o início da carreira. O que mais te atrai em cada uma dessas funções e quais são os maiores desafios? Você tem vontade de voltar a se dedicar à carreira de ator?
Sempre me diverti muito apresentando. Eu gosto de estar no palco, com a plateia, olhar no olho, ver cada pessoa emocionada ou rindo, quando tem a graça. Tudo muito de verdade e sem a menor pretensão de fazer drama ou sensacionalismo. São sempre lágrimas de emoção positiva, risos verdadeiros. Estar no palco com meus convidados e com a minha plateia é o momento de que eu mais gosto. Não sinto muita falta de atuar. De vez em quando faço uma participação em alguns filmes e mato a minha saudade.

Dá para perceber pelas suas redes sociais que você é um cara bastante família. Como é conciliar a vida artística com a familiar?
Eu tenho quatro filhos, né? Costumo dizer que sempre tenho a sensação de estar devendo algo para alguém. Mas a gente não abre mão dos nossos momentos juntos, de jantar todo mundo todo dia, de ter um momento no fim de semana de um programa em família. É claro que, conforme eles vão crescendo, também começam a ter os próprios programas, vão para a casa dos amigos, etc. Mas a gente tem uma rotina nossa juntos.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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