Luísa Sonza aparece exposta como sempre e humana como nunca em documentário

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Se eu fosse Luísa Sonza chega à Netflix e abre a caixa de pandora da bem sucedida e intensa trajetória de uma das cantoras mais populares da atualidade

Por Pedro Ibarra

É muito fácil odiar Luísa Sonza. Uma artista que subiu a escada do sucesso muito rápido e ainda de forma mais veloz virou uma celebridade que todo o Brasil estava interessado na vida pessoal. A intimidade da gaúcha do pequeno município de Tuparendi é um escândalo há quase 10 anos, um tempo que parece curto para o tamanho do alvoroço que Sonza já fez. Os bastidores desta movimentada vida pública são abertos como as páginas de um livro na série documental Se eu fosse Luísa Sonza, nova produção nacional da Netflix.

Dividida em três episódios, a série acompanha o processo de elaboração do álbum Escândalo íntimo, lançado em 2023. Como parênteses de uma história principal, a narrativa vai contando da infância à vida adulta de Sonza e passa por todas as polêmicas e questões delicadas que envolvem a intensa trajetória da jovem de 25 anos.

Chama atenção o fato de Luísa Sonza não se esconder do jogo em nenhum momento. A cantora tem um claro controle criativo sobre o que está sendo exibido, seria fácil fazer apenas uma grande autopropaganda, algo para criticar o comportamento de quem a persegue, limpar a própria barra do que fez errado e agradar os fãs que a acompanham por anos. No entanto, também não é uma invenção de roda mostrar o lado obscuro, talvez ela se proteja mais se expondo. A intenção da série em momento nenhum é fazer mais um produto que codifica as dores da cantora com lirismo, e sim cutucar onde dói para, no mínimo, chamar pela empatia do público.

No entanto, a artista optou por estar crua, exposta e vulnerável na tela. A ideia praticamente forçou que Luísa não escondesse nada. Se tudo de bom está na tela, tudo de ruim tem que estar também. Dessa forma, é possível ver os momentos de maior tristeza, desespero e abertura em uma intensidade muito maior do que é apresentado o glamour da vida de artista. A cantora está de cara limpa, até literalmente, já que não usa maquiagem em grande parte dos episódios, e mostra todos os momentos mais difíceis e lados mais obscuros da própria carreira.

Assuntos como o caso de racismo que ela praticou em 2018, o casamento e separação com Whindersson Nunes, o namoro com Vitão e problemas nas cordas vocais são tratados. Até Chico Moedas ganha uns minutos finais do último episódio. O que faz contraponto com os assuntos mais pessoais são momentos de criação dos álbuns Doce 22 e Escândalo íntimo e entrevistas com a própria cantora e pessoas que participaram de todos os processos dos últimos anos da trajetória dela.

Por ser uma pessoa muito pública desde pouco depois da maioridade, o público já está muito acostumado com a Luísa Sonza imagética e espetacularizada. Portanto, a intensidade mostrada na tela às vezes soa como plástica. Alguns momentos o que parece ser do âmago pode ser confundido com um exagero teatral, o que funciona muito na tela, mas talvez não transmita a mensagem que a artista quer passar.

É realmente fácil odiar a Luísa Sonza, ela mesma se intitula como a própria maior hater na série, mas talvez seja tão fácil por faltar o fator humanidade. Não é claro se todo o público vai entender a cantora como uma pessoa mais relacionável a partir de agora. Porém, a artista entregou a versão que acredita do que ela própria viveu até agora. Assim como qualquer história, cabe ao ouvinte acreditar ou não no que está sendo dito na tela. Entretanto, é certeza que pelo menos Luísa Sonza está disposta a ser mais do que uma celebridade.

“Luísa Sonzização” da música

Uma das maiores críticas que a artista sofre nas redes sociais é de ser cabeça de um movimento de artistas que retroalimentam o próprio ego, pedem palmas que eles próprios dão. De certa forma, era esperado deste documentário ter um pouco desse caráter. Contudo, o escândalo íntimo que Luísa Sonza vive desde sempre é grande demais para só elogios. Se é fácil odiar esta garota de 25 anos é porque ela acha isso também. Ela está disposta agora a dar mais uma vez a cara a tapa. O que o público não sabe é que quem vira essa outra face não é a artista, mas a humana Luísa Sonza.

Pedro Ibarra

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