Aos 21 anos de idade, a atriz Luana Camaleão comemora a oportunidade de viver uma personagem capaz de ajudar o público de casa. Assim é a Paloma de Todas as garotas em mim, série da Record.
Apesar de apresentar outros arcos dramáticos, Paloma permite que Luana Camaleão ajude o público, especialmente o jovem, camada da sociedade alvo da série. Isso porque Paloma atravessa um período de crise existencial, ansiedade, depressão.
“A Paloma nem de longe se resume aos transtornos emocionais, ela é plural como qualquer um. Por ser uma série destinada a crianças e adolescentes quis trazer os temas depressão e ansiedade com uma certa leveza, respeitando a seriedade do assunto. Coloquei o foco maior na reação da Paloma sobre situações de desconforto por medo, raiva, constrangimento ou indignação”, afirma a atriz, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Luana se apressa em diferenciar, porém, Todas as garotas em mim de um documentário: “Uma obra documental não consegue abordar a depressão de maneira tão pessoal quanto uma série, justamente pelo tipo de linguagem, porque trata o assunto de forma mais generalizada, com dados e números, sem tanta sensibilidade. Crianças e adolescentes precisam de referências, necessitam que temas do universo deles sejam expostos e debatidos. É um momento da vida de muitas dúvidas, de colocar-se à prova quase o tempo inteiro, é uma fase de experimentar, de testar os limites e uma série que exibe outros jovens fazendo o mesmo é, no mínimo, reconfortante, além de servir como alerta.”
A novela, apesar de não ser de época, se baseia em passagens e personagens bíblicos, que ganham forma na imaginação da protagonista Mirela. No caso de Paloma, ela é vista no rosto de Orfa, a melhor amiga de Rute. Ela é definida por Luana como “impulsiva, determinada, com os objetivos muito claros em mente. Em contrapartida, ela tem um lado “menina” que ainda é aflorado, por isso frequentemente toma atitudes de uma garota espoleta, cheia de leveza e que cultiva a ideia do amor romântico, o que a torna ingênua muitas vezes”.
Essa não é a primeira vez que Luana Camaleão empresta um lado cômico a uma personagem mais densa. Com a Kéfera de Gênesis também era assim. “Procurei encaixar uma certa comicidade na construção das duas. O humor da Kéfera é mais irônico, provocativo, enquanto o de Paloma vem mais pela questão da ingenuidade da personagem e pelo jeitinho atrapalhado natural dela”, compara. “O alívio cômico tem poder significativo em ambas histórias, na de Kéfera se contrapondo ao sofrimento proveniente da experiência de miséria e humilhação e na de Paloma colorindo o cenário cinza das crises emocionais”, completa a atriz.
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