A série Ilha de ferro terá o primeiro capítulo exibido na Tela quente desta segunda-feira. Será que vale a pena seguir o seriado?
A Globo está mesmo apostando muitas fichas no Globo Play (saiba aqui como assinar o serviço on demand da emissora). Uma das estratégias é a exibição do primeiro capítulo de uma série na TV aberta, geralmente na Tela quente, para que as pessoas se interessem e assinem o serviço para ver os outros episódios.
É justamente isso que está programado para a noite desta segunda-feira, quando a Tela quente exibe o primeiro capítulo de Ilha de ferro, série nacional em 12 capítulos escrita por Mauro Wilson e dirigida por Afonso Poyart.
Em linhas gerais, Ilha de ferro conta a história do embate entre Dante (Cauã Reymond) e Julia (Maria Casadevall). Ele é funcionário exemplar e ambicioso da plataforma de petróleo B-137 e ela é designada como gerente da plataforma, para desapontamento e desespero dele. O clima entre eles esquenta a cada episódio, expondo questões como machismo, preconceito, coragem e, claro, amor.
Leia crítica da estreia de Ilha de ferro
Uma pelada entre os trabalhadores da plataforma B-137 é interrompida pela sirene de emergência, seguida de um aviso: há vazamento de gás e risco de explosão no local. Entre herói salvador da pátria e metido e arrogante, Dante chama a responsabilidade e, como o craque do time, mata a bola no peito e marca um gol resolvendo o problema. Como um time sem técnico, a plataforma está sem gerente e todos têm certeza de que será do rapaz o cargo. A cena inicial dá o tom de Ilha de ferro.
Quando volta à terra firme, é que Dante enfrenta os maiores obstáculos. O casamento com Leona (Sophie Charlotte) está quase naufragando porque ela não consegue engravidar. Até que ela confessa a ele que o trai com o irmão dele, Bruno (Klebber Toledo), piloto de helicóptero. Revoltado, Dante vai tirar satisfações com Bruno a bordo do helicóptero. Entre um soco e outro, a aeronave cai, deixando Bruno em estado vegetativo.
Ainda no movimentado capítulo de estreia, o público conhece Julia, filha do recém nomeado ministro de Minas e Energias. Logo de cara, dá para perceber que é uma moça de gênio forte e amargurada por um mistério do passado.
Tudo isso acontece sob uma direção ágil, que beira o alucinante. Quem piscar durante Ilha de ferro vai perder uma briga, uma cena de sexo (são muitas na estreia) ou um diálogo ácido como “não queria ter um filho? Tá aí seu filho!” que Dante dispara para Leona sobre ela ter que cuidar de Bruno.
O elenco tem boas aparições de Cauã e Sophie, dois dos melhores jovens atores da tevê, e participação pequena, mas luminosa de Osmar Prado como João Bravo, avô de Julia. Klebber Toledo tem poucas chances de mostrar ao que veio e Maria Casadevall exibe a mesma marra que imprime em praticamente todos os papéis. Entre os coadjuvantes, destacam-se Vitória Ferraz, Jonathan Azevedo e Taumaturgo Ferreira. Milhem Cortaz soa um pouco subaproveitado.
A estreia de Ilha de ferro tem elementos para deixar quem gosta dos seriados animado. Mas o ritmo da série despenca com o passar dos episódios. Não que o seriado fique ruim, mas vem a sensação de que começamos a ver uma coisa e terminamos vendo outra. A ação dá lugar a um romance previsível e o ritmo alucinante ao nosso conhecido folhetim, muito centrado na história pessoal de quem está ali. Tenta ser um Sob pressão dos mares, mas a série médica é imbatível. Uma pena.