Larissa Manoela tem estrela. É daquelas atrizes de quem a gente costuma dizer que a câmera gosta. Se você ainda não se rendeu a ela, dê uma chance a Diários de intercâmbio. O filme juvenil lançado quarta-feira (18/8) no catálogo da Netflix diverte na medida certa e surpreende ao apresentar mais da comédia e menos do “romântica”, que, claro, está presente.
Não que estejamos diante de uma obra inesquecível. Não estamos. Mas Diários de intercâmbio também não se propõe a isso. O longa dirigido por Bruno Garotti cumpre o papel de trazer uma trama juvenil coesa, que nos diverte durante aquela 1 hora e pouco e não nos faz ficar olhando o relógio a cada segundo.
São dois os grandes trunfos de Diários de intercâmbio: o elenco jovem e o texto. A trama gira em torno de Bárbara (uma luminosa Larissa Manoela), menina imatura para seus 23 anos de idade, que nunca saiu do Rio de Janeiro, mas viaja pelas páginas de revistas especializadas. Por meio de um programa de intercâmbio ela e a melhor amiga dela, Taila (Thati Lopes), vão passar um tempo estudando “inglês nível 0” nos EUA.
As situações clássicas, como problemas com o idioma e a alimentação, poderiam soar como batidas. Até são. Mas o texto ágil atualiza as piadas velhas e ainda traz outras, como a mania de limpeza da advogada dona da casa onde Bárbara se hospeda, ainda mais estando a menina chegando do Brasil. O fato de Taila parar numa família adepta da caça ajuda também.
Nos EUA, Bárbara reencontra o namorado, o comissário de bordo Bradley (David Sherod), e conhece Lucas (Bruno Montaleone), brasileiro que mora nos EUA desde os 8 anos de idade e cujo visto está prestes a vencer. Lucas e Bárbara, claro, se apaixonam. Mas o caminho do romance não é o clássico e, mais uma vez, passa para o cômico. Além de Larissa, Thati e Bruno também se saem bem nos papéis que interpretam, o que é fundamental para que o filme dê certo.
Diários de intercâmbio tem alguns “poréns”. O roteiro atravessa dois anos sem que alguns pontos se desenrolem. Bárbara amadurece ー antes tarde do que nunca ー, mas as coisas ao redor delas e dos amigos não mudam. Mas o pior é a cantoria, deslocada num filme que não é um musical. Ainda bem que são uns dois ou três números. No fim, Bárbara ataca de Mestre dos Magos e resume as “lições” do filme sobre amizade, sair da zona de conforto, amadurecimento, talento. Não precisava. Com sutileza e leveza estava tudo ali.
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