Por Pedro Ibarra*
Um filme de ação pura como Army of the dead: Invasão em Las Vegas dificilmente é uma obra-prima do cinema, sempre deixa a desejar em alguns aspectos. No entanto, existe um ponto em que o longa supera as expectativas, no entretenimento que proporciona. A mistura dos gêneros de ação, zumbi e roubo a banco funciona muito bem, as construções das tensões chegam com força ao espectador. O filme também varia muito de tom: é possível rir, assustar-se e emocionar-se durante as duas horas e 30 minutos.
O tempo, inclusive, talvez seja o único excesso do filme, estreia desta sexta-feira (21/5) à Netflix. A produção consegue explicar em pouco menos de 30 minutos todo o contexto da história — desde o início da infecção zumbi até o cerco de Las Vegas, que controla toda a situação dos monstros e dá início ao enredo do assalto assistido pelo espectador. O diretor Zack Snyder usa duas horas para desenvolver o restante da história, tempo longo demais, pois serve bem para introduzir os personagens e os núcleos do longa, mas arrasta demais certas cenas e gasta tempo com sequências não tão importantes para o desfecho da trama.
As sequências de ação de Army of the dead: Invasão em Las Vegas são impecáveis. Snyder é acostumado com este tipo de cinema e com o uso de efeitos visuais de computação gráfica. A adrenalina permeia todo o filme, as lutas têm impacto, e as cenas de combate armado são muito divertidas. Até a câmera lenta, característica do diretor, é bem utilizada como efeito para a ação ficar mais impactante. O confronto entre humanos e zumbis também é muito bem filmado e entrega os melhores momentos do longa.
Outro ponto alto está nos zumbis, liderados por Zeus, em uma grande atuação de Richard Cetrone. Os monstros ganham emoções que dificilmente foram representadas dessa forma no cinema. A partir de uma história de origem que envolve a área 51 e, possivelmente, experimentos alienígenas, os zumbis de Snyder são o ponto mais surpreendente do longa e dão muitas possibilidades de futuro à franquia.
Army of the dead: Invasão em Las Vegas pode não ser uma obra-prima, mas é um tempo bem usado para uma boa diversão. Vai muito bem na ação, acerta em cheio na história dos zumbis e não compromete nos momentos dramáticos. A tensão e a adrenalina são constantes e as duas horas e 30 minutos passam rapidamente, com um ritmo bom e sem atropelar nenhuma informação. Como bem falou Theo Rossi, intérprete do coadjuvante mal-intencionado Burt Cummings, na coletiva de imprensa: “O filme é tudo que você brinca quando você é uma criança”.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader
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