Fate — A saga Winx: série segue orgulhosamente ruim

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Agora na segunda temporada, Fate — A saga Winx evolui pouco e aposta alto nos aspectos mais lúdicos. Mas vale ressaltar que a produção sabe o que deve fazer: divertir o telespectador

Por muito tempo, séries teens carregaram um fardo e tanto: as produções do gênero tinham pouco conteúdo, com tramas superficiais e eram, por muitas vezes, apelativas. Atualmente, contudo, o cenário é completamente diferente. As séries teens não só apostam em complexidade, como brilham na temporada de premiações — a exemplo de Euphoria.

Fate — A saga Winx surpreende por escolher o caminho oposto. A regra na produção da Netflix é a afinidade por temas essencialmente lúdicos (que beiram o infantil), diálogos superficiais e uma trama falha.

Entretanto, o curioso dessas características é o orgulho como a série as usa. Fate — A saga Winx não é uma estreante (leia a crítica — otimista — da primeira temporada aqui). No começo de outubro, a produção da Netflix apresentou a segunda temporada. Logo, esperava-se a correção de certos “erros” e não a celebração deles.

Ao longo dos sete episódios do segundo ano fica claro: Fate — A saga Winx sabe o que está fazendo e escolhe esse caminho mais “infantil” exatamente porque é algo que diverte.

É importante ser honesto quando se apresenta uma série de TV. Qual a trama que você tem nas mãos? É possível ter camadas nessa história? O que dá para fazer no fim das contas?

Na prática, Fate — A saga Winx é uma série que fala sobre fadas adolescentes vivendo em um internato e lutando contra o mal.

Não tem muitas flexões para profundidade, não tem muito espaço para camadas. E tudo bem! Talvez, tentar forjar algo mais contemplativo sobre as fadas e “a luta da luz contra a escuridão” fosse resultar em algo bem pior.

No fim das contas, Fate — A saga Winx entrega diversão. É divertido acompanhar os dramas sobre namoros (os meninos passam muito tempo sem camisa, inclusive), todos os diálogos sem noção sobre os “raspadores” (seres que roubam os poderes das fadas) e os olhares perdidos do elenco tentando entregar alguma preocupação.

Fate — A saga Winx é uma série necessária. Óbvio que é importante pensar com conteúdos à lá The handmaid’s tale, House of the dragon ou The patient, mas, às vezes, as pessoas só querem relaxar com fadas brilhando em um efeito especial bem duvidoso.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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