Na pele da personagem Natasha da série Homens?!, a atriz Giselle Batista fala de temas sérios como machismo sem perder a graça
Criada e estrelada por Fábio Porchat, a série Homens?!, com Gabriel Godoy, Raphael Logam e Gabriel Louchard, chega à segunda temporada nesta terça-feira, no Comedy Central. A nova leva de episódios tem como um dos destaques o crescimento da personagem Natasha, vivida por Giselle Batista, que aparece grávida, possivelmente de um dos quatro amigos.
A situação traz mais discussão sobre machismo à trama, já que os personagens não contarão às esposas o que aconteceu e ainda levantarão questões financeiras, além das afetivas.
“A gravidez caiu de forma bem diferente pra cada um. São várias questões: nenhum deles estava afetivamente envolvido com a Natasha (nem ela estava), um é casado, outro tem uma namorada agora, outro não tem nem emprego e mora com os pais, o outro está mudando de país”, afirma Giselle, em entrevista ao Próximo Capítulo.
A atriz comemora a nova fase de Natasha e conta que a personagem vai ter mais espaço nesta temporada: “Vamos conhecer a casa da Natasha, falar da sua liberdade sexual, sua independência financeira, seu trabalho, seus sonhos. Acho que todo mundo vai querer ser amigo dela. A Natasha é uma mulher que vive sua liberdade sexual e a gravidez não foi planejada. Nem a dúvida da paternidade fazia parte dos planos. Honesta, sincera, madura, ela abre o jogo sobre como se sente com todos os meninos. Um papo reto e franco com os envolvidos.”
Na série, o riso é elemento condutor à reflexão, especialmente sobre o machismo. “É muito natural que o público se depare com situações machistas na trama, o que trará (assim esperamos) reflexão. Tenho certeza que muita gente vai se identificar. Acho que o riso vem daí. A reflexão também”, explica a atriz.
Entrevista// Giselle Batista
Embora Homens?! seja uma comédia, há abordagem clara do machismo entre os temas. Como abordar uma temática tão urgente e séria fazendo rir?
A gente trabalha com a nossa verdade, falando da gente e apontando nossos comportamentos. Então é muito natural que o público se depare com situações machistas na trama, o que trará (assim esperamos) reflexão. Tenho certeza que muita gente vai se identificar. Acho que o riso vem daí. A reflexão também. A série é um espelho de um grupo de pessoas. A gente só ri quando acredita e nos vemos nessas pessoas ou nessas situações.
Você acha que, com a comédia, o público acaba absorvendo as mensagens melhor?
Acho que dá pra falar sobre o tema com diversas abordagens, não só pelo humor. Não creio que a mensagem seja mais ou menos absorvida de acordo com o gênero. Mas acredito que o alcance seja diferente, sim. É até também uma questão particular de cada um, pois nem todo mundo tem a mesma interpretação a respeito de um fato. Em números, se a gente pensar que o humor no Brasil leva muito mais pessoas aos cinemas, gera um interesse imediato muito grande, logo poderemos ter um número bem maior de pessoas alcançadas. É uma grande responsabilidade.
Na nova temporada, a Natasha aparece grávida, mas não sabe quem é o pai. Como ela vai lidar com isso?
A Natasha é uma mulher que vive sua liberdade sexual e a gravidez não foi planejada. Nem a dúvida da paternidade fazia parte dos planos. Honesta, sincera, madura, ela abre o jogo sobre como se sente com todos os meninos. Um papo reto e franco com os envolvidos. Assim é o começo.
E os personagens masculinos, como vão reagir?
A gravidez caiu de forma bem diferente pra cada um. São várias questões: nenhum deles estava afetivamente envolvido com a Natasha (nem ela estava), um é casado, outro tem uma namorada agora, outro não tem nem emprego e mora com os pais, o outro mudando de país. Considerando as diferenças emocionais ainda de cada um, quem acompanhou a primeira temporada pode até imaginar como eles vão reagir. Mas vocês podem se surpreender. Não percam o primeiro episódio, está demais!
Além da gravidez, Natasha tem outras novidades nesta temporada?
A gravidez é só um gancho pra gente chegar mais perto dessa personagem, entender seu mundo e quem ela é. Na segunda temporada vamos conhecer a casa da Natasha, falar da sua liberdade sexual, sua independência financeira, seu trabalho, seus sonhos. Acho que todo mundo vai querer ser amigo dela depois desta temporada.
Fazer comédia ao lado de nomes como o Fábio Porchat é um desafio?
Me sinto super privilegiada de estar nessa equipe. O Fábio é um cara que admiro muito e acompanho faz tempo. Eu quero é chegar cada dia mais perto dessa galera maravilhosa. Humor inteligente, crítico, pessoas engajadas, interessantes e interessadas. É o lugar onde eu quero estar e estou. Aprendo muito com todos eles, não só o Fábio. O Rafael Portugal, Gabriel Godoy, o (Rafael) Louchard, Rapha Logam, Lorena Comparato, Karina Ramil, só para citar alguns. Aprendo com todos eles.
Em momento de isolamento social, seu canal no Youtube, o GiMI, pode ser uma arma contra o coronavírus? Sente essa responsabilidade social?
Podemos e devemos usar todas as armas possíveis. Sim, o canal serve pra informar, pra relaxar, pra levantar debate. Cada vídeo tem uma função e uma importância. É primordial falar sobre o coronavírus, já o fizemos, mas também é de suma importância entreter. Sempre achei de grande responsabilidade social ter um canal direto com as pessoas. Lá todas as responsabilidades são nossas (minhas e da Michelle), todos os erros e acertos são nossos. Crescemos muito nesses três anos. Agradeço imensamente a presença de cada um lá. Temos vídeos fresquinhos toda terça, às 11h.