Na trama, Felipe Haiut interpreta Jefferson. Confira o bate-papo com o ator de Bom Sucesso!
O primeiro grande trabalho de Felipe Haiut na tevê foi em Malhação. Hoje, ele atua na elogiada novela das 19h, Bom Sucesso. O ator dá vida a Jefferson, funcionário de tecnologia da informação e youtuber. O personagem teve um papel importante na descoberta da inocência de Paloma (Grazi Massafera) em uma acusação de roubo. Na trama, além de interpretar Jefferson, ele precisa dublar outros personagens que fazem parte do canal dele no YouTube, que foi inspirado na série famosa na plataforma Girls in the house.
“É divertido. São vários personagens dentro de um só. Cada voz que surge é uma personalidade completamente diferente, então, quando elas conversam entre si é muito engraçado. Um personagem tem esse poder de fazer com que a gente descubra novas possibilidades sobre nós mesmos. O Jeff, por exemplo, me fez descobrir uma habilidade nova, que é a dublagem”, explica.
Paralelamente à novela, Felipe comanda o projeto Conexão do Bem, iniciativa que utiliza a arte e a cultura para criar novas possibilidades para a população. “Entendi que a minha profissão poderia estar também a serviço do social e, dessa forma, consegui me entender cidadão e o meu papel na sociedade. Ao longo dos oito anos, fomos percebendo o impacto do trabalho nos hospitais públicos e a importância da existência do Sistema Universal de Saúde, e, desde então a Conexão do Bem se tornou um trabalho artístico à serviço da saúde pública de qualidade, além de ser um movimento que inspira as pessoas a viver”, revela.
Entrevista // Felipe Haiut
Como começou a sua carreira de ator?
Sou cria do teatro O Tablado, lugar em que entrei ainda novo e onde aprendi a amar o ofício e encontrei o meu bando. Aos 18 anos, fazia duas faculdades ao mesmo tempo: de artes cênicas e de comunicação social na PUC. Nesse período, veio o meu primeiro trabalho na televisão, A turma do Pererê inspirado nos quadrinhos do Ziraldo. E dali emendei com o Beijo, me liga, uma série adolescente do Multishow, e logo depois com a Malhação.
Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de Bom Sucesso?
A oportunidade surgiu como consequência de uma trajetória de muito trabalho. Eu estava acabando de rodar um longa metragem chamado Aumenta que é rock n roll, sobre a história do surgimento do rock no Brasil e da Fluminense FM, e soube que a equipe da Rosane Svartman, Paulo Halm e Luiz Henrique Rios estaria junta novamente numa novela. Sempre tive vontade de trabalhar com eles. Tinha feito teste para Totalmente demais e acabou não rolando na época. Foi então que o Fabio Zambroni (produtor de elenco da novela) me chamou para o teste e, dessa vez, rolou. É sempre bonito quando acreditam e confiam na gente para um trabalho, sou muito agradecido.
Como você se preparou para viver o Jefferson?
A gente teve um processo de preparação fundamental no início da novela. Visitamos uma editora de livros para ver como ela funciona no dia a dia e pude conversar com o pessoal da T.I. de lá, para entender mais sobre o trabalho e o ponto de vista deles. Fora isso, foi com o trabalho de preparação vocal que fui descobrindo as vozes que o personagem faz. Isso foi fundamental.
Uma das partes interessantes do seu personagem, são as personagens criadas por ele para o canal. Como tem sido essa parte para você?
É divertido. São vários personagens dentro de um só. Cada voz que surge é uma personalidade completamente diferente, então, quando elas conversam entre si é muito engraçado. Um personagem tem esse poder de fazer com que a gente descubra novas possibilidades sobre nós mesmos. O Jeff, por exemplo, me fez descobrir uma habilidade nova, que é a dublagem.
O que você acha que tem em comum com o Jefferson?
Acho que é na criatividade dele que me identifico mais. Ele é inquieto cria personagens e pensa na dramaturgia deles, nos conflitos. Fora isso, ele é um cara parceiro, disponível. Ajudou a desvendar e a inocentar a Paloma (Grazi Massafera) do crime, ajudou a Evelyn (Mariana Molina) com o Felipe (Arthur Sales) e acabou se apaixonando. Ele vai no fluxo dos acontecimentos. Acho que sou assim também.
Como tem sido atuar lado a lado com grandes nomes da tevê?
É uma das coisas mais bonitas do trabalho de ator: a horizontalidade que o jogo de cena exige para acontecer. A novela reuniu um elenco de atores que vêm do teatro e isso faz diferença. Os grandes nomes, na verdade, são pessoas simples, artistas por vocação. Nesse exato momento que estou respondendo a vocês, acabei de gravar uma cena com o Antonio Fagundes e a Ângela Vieira. Dois artistas que dedicam a sua vida para isso. Me emociono, porque sou apaixonado pela profissão. A gente finge costume. O fato é que eu sou muito agradecido pela oportunidade.
Você lançou recentemente o livro A garagem. O que pode falar sobre a história? A peça homônima ainda está em cartaz? Pretende rodar o Brasil?
A peça integra o repertório da Cia que faço parte, a Nómada, e conta a história de uma mulher que a caminho do seu próprio chá de bebê, atropela acidentalmente um homem. A circunstância trágica levanta o debate sobre ética e questiona a lógica entre opressor e oprimido por meio das contradições dos personagens. Com a batida da novela e a Conexão do Bem, a gente não está em cartaz no momento. Mas existe essa possibilidade sim, da gente rodar o Brasil com a peça. Ou com alguma outra do repertório da Cia.
Você também tem o projeto Conexão do Bem. Como surgiu? Para você, qual é a importância da arte e da cultura na vida das pessoas?
A Conexão do Bem surgiu do desejo de transformar o mundo ao meu redor. E eu decidi fazer o que eu mais gostava de fazer, que é teatro e música. Entendi que a minha profissão poderia estar também a serviço do social e, dessa forma, consegui me entender cidadão e o meu papel na sociedade. Ao longo dos oito anos, fomos percebendo o impacto do trabalho nos hospitais públicos e a importância da existência do Sistema Universal de Saúde, e, desde então a Conexão do Bem se tornou um trabalho artístico à serviço da saúde pública de qualidade, além de ser um movimento que inspira as pessoas a viver. Recentemente, a gente passou um período onde houve um questionamento sobre a necessidade da arte. Eu vejo o poder transformador do teatro e da música de uma maneira acontecer na minha frente quando estou com a Conexão do Bem. Dentro de um hospital, por exemplo, arte inspira as pessoas a viver. Pacientes recuperam a sua individualidade e a autonomia no seu processo de cura. É por meio da arte e cultura que a gente que a gente cria novas possibilidades de mundo, novas formas de existir.
Você tem outros projetos além da novela em vista?
Tem muita coisa bacana acontecendo. Vou lançar Aumenta que é rock n roll, filme do Tomás Portella em breve. Estou trabalhando no roteiro de dois filmes para o cinema. Fora isso, devo estrear uma peça com a Júlia Stockler, com quem tenho a Nómada, nossa Cia de Teatro.