Por Pedro Ibarra
A 76ª edição do Emmy agraciou as principais produções de tevê e streaming neste final de semana. Abarcando o período de lançamento entre 1º de junho de 2023 e 31 de maio de 2024, a maior premiação televisiva dos Estados Unidos fez mais uma vez uma festa da autorreferência e, para não perder o costume, apostou em algumas escolhas controversas para virar assunto.
Mais atenciosa do que em anos anteriores, a Academia tentou distribuir mais os prêmios. Xogum foi o grande destaque em drama, mas a última temporada de The Crown teva sua Lady Di reconhecida com a coroação de um grande trabalho de Elizabeth Debicki, por exemplo. Em minissérie, Bebê Rena fez a limpa, mas a já tradicional Fargo e a bem executada Ripley levaram um prêmio cada uma para não sair de mãos abanando.
A surpresa ficou por conta de comédia, categoria que já parecia ganha por O urso, mas que sagrou Hacks como a vencedora do principal prêmio da noite. O fato de início já é controverso, O Urso saiu com 11 estatuetas douradas sendo quatro das principais da noite — Melhor ator para Jeremy Allen White, Melhor atriz coadjuvante para Liza Colón-Zayas, Melhor ator coadjuvante para Ebon Moss-Bachrach e Melhor direção de episódio para Christopher Storer — e, mesmo assim, não foi considerada como a melhor do ano pela Academia votante. Uma decisão, no mínimo, estranha.
Porém, a escolha por Hacks pode ser muito mais do que um atestado da qualidade da série da Max que sofreu nos últimos anos com a pesada concorrência de Ted Lasso e nunca havia vencido a categoria. Hacks ganhou para O urso perder.
Durante a temporada de premiação passada, em que O urso foi soberano, levantou-se muito o questionamento de se a série é realmente uma comédia. Afinal, apesar de ter seus momentos engraçados, a produção é muito mais sobre a tensão, a ansiedade, a angústia das personagens do que sobre rir das situações que estão inseridas.
O Emmy se absteve de discutir o caráter cômico da série. No entanto, passou um recado. Em uma categoria de comédia ganha a melhor série de comédia. O urso pode ter sido a mais bem feita entre as que concorriam no gênero, pode ter os melhores atores e diretor, mas não foi a melhor série de comédia aos olhos de quem votou.
A temporada de premiações continua com Globo de Ouro e SAG Awards ainda por vir. O urso, após o baque de deixar o Emmy escorrer pelos dedos, agora precisa decidir se continuará no caminho fácil de dramatizar o que é feito para rir, ou se vai acreditar no próprio taco, sucumbir à pressão popular e disputar onde as séries têm mais investimento.
A pergunta que não quer se calar é: Como O urso conseguiu se inscrever como comédia nas premiações? A resposta é fácil. Antigamente, o Emmy levava em consideração apenas produções televisivas. Os espaços de tempo dos canais para comédias eram de até 30 minutos, enquanto os dramas tinham entre 50 minutos e uma hora. Portanto, a premiação coloca como um requisito para se adequar em comédia a duração do episódio;
O urso se aproveitou da brecha de ter média de duração de 30 minutos por episódio para entrar em uma disputa que costuma ser mais fácil. São raras as séries hegemônicas em comédia. Enquanto em drama títulos como Sopranos, Breaking bad, Game of thrones e Succession dominaram os anos em que disputaram a premiação. Dessa forma, as possibilidades de O urso mandar nas premiações do gênero aumentariam estando em comédia e a brecha no regulamento permitia.
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