Patrick Selvatti
Em Reis, Elisa Romero vive Bastet, uma princesa do Egito que se muda para Israel. A personagem é uma mulher ousada e assanhada que acredita na liberdade no amor, tem muita fé na cultura egípcia e sofre para se acostumar com as tradições e valores da nova nação. Para a atriz, é “o máximo” mostrar, em uma história de época, a realidade das mulheres com opinião, desejo e conflitos reais. “Ela é livre da culpa e simplesmente faz o que quer. A Bastet se sente poderosa por ser mulher”, afirma.
Elisa — que já deu vida à Temima em Jesus, também da Record, em 2019 — acredita ser muita uma responsabilidade grande atuar em uma história bíblica. “A gente sabe que a audiência é muito fiel à Bíblia e já conhecem as histórias que estão sendo contadas”, observa.
Sobre o conflito de valores que ainda hoje causa uma guerra sangrenta como a que estamos vivenciando no Oriente Médio, a atriz lamenta. “Acho que como sociedade, não podemos nunca abrir mão da diplomacia e da solução pacífica dos conflitos, e sempre trabalhar em busca de consensos”, avalia.
Nascida em Caieiras (SP), Elisa começou a vida artística na dança. Praticou e estudou jazz, balé, sapateado e contemporâneo desde os 6 anos de idade. Com 12, começou a estudar atuação e participar de comerciais. Aos 18, mudou-se para São Paulo para estudar jornalismo e teatro.
Para ela, nas duas profissões, a palavra é a base do trabalho. “Para atuar eu preciso, antes de tudo, entender muito bem o texto e a história que estou contando”, defende a atriz, que também estudou cinema em Nova Iorque.
No streaming, Elisa dá vida a Daniela Beyrut, uma das filhas de Silvio Santos na série O rei da TV, disponível na Star + e Disney, que conta a história do dono do SBT. No teatro, ela dividiu com Rita Cadillac o papel da iônica Luz del Fuego.
Qual é o maior desafio de atuar em uma produção bíblica?
É muita responsabilidade. A gente sabe que a audiência é muito fiel à Bíblia e já conhecem as histórias que estão sendo contadas na série Reis. Mas eles sempre recebem nosso trabalho com muito carinho.
Sua personagem é definida como uma mulher egípcia “assanhada” que luta contra a tradição de Israel. Qual a importância de abordar esse feminismo em uma produção bíblica e tão patriarcal?
A minha personagem é egípcia e não conhece os ensinamentos do Deus de Israel. Ela é livre da culpa e simplesmente faz o que quer. A Bastet se sente poderosa por ser mulher. O máximo, né? Acho que ela mostra a realidade das mulheres com opinião, desejo e conflitos reais.
Como você enxerga esse conflito de valores que ainda hoje causa uma guerra sangrenta como a que estamos vivenciando no Oriente Médio?
Antes de tudo, queria manifestar minha solidariedade a todas as vítimas e familiares. Acho tudo isso muito triste. Acho que como sociedade, não podemos nunca abrir mão da diplomacia e da solução pacífica dos conflitos, e sempre trabalhar em busca de consensos. A violência nunca é o caminho.
De que forma o jornalismo colabora com a interpretação?
Acho que, nas duas profissões, a palavra é a base do trabalho. Para atuar eu preciso, antes de tudo, entender muito bem o texto e a historia que estou contando. O jornalismo me ajudou a ter intimidade com as palavras.
Como foi dividir com Rita Cadillac uma personagem tão marcante como Luz del Fuego?
Foi demais. A Rita [Cadillac] é uma mulher muito forte, destemida e com uma história de vida única. A Rita também é muito querida pelo publico. Ela se jogou e arrasou como a Luz del Fuego. Eu amei representar a Luz mais jovem. Era uma personagem livre, sem pudor, corajosa e cheia de conflitos familiares. Uma personagem complexa e real. A Luz del Fuego é uma personalidade que deve ser lembrada sempre!
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