Dirty John brilhou ainda no ano passado por ser uma das poucas produções do canal a cabo norte-americano Bravo a marcar presença na temporada de premiações (com indicações no Globo de Ouro e no Critic’s Choice Award). Agora a minissérie desembarca no streaming da Netflix.
Na história, os fãs poderão contar como uma boa linha narrativa que apresenta a história real de Debra (interpretada por Connie Britton), uma mulher bem-sucedida que se apaixona perdidamente por John (Eric Bana), um homem aparentemente perfeito, mas que guarda segredos fatais. Ao longo de oito episódios, o público pode acompanhar como Debra tem de viver a maior luta da vida dela para escapar daquele que jurava ser o seu eterno amor.
O Próximo Capítulo já escreveu uma crítica sobre a produção, mas o foco aqui é apostar na objetividade, e jogar na mesa os principais pontos positivos e negativos da minissérie para que você escolha se deve ou não dar uma chance a Dirty John, confira:
Boas atuações:
Connie Britton nem é uma surpresa muito grande. Afinal, a atriz já dá um show e tanto em quase todas as produções que estrela, desde Friday night lights até American horror story, e em Dirty John não é diferente. Segue no time um psicopata bem calibrado de Eric Bana, que é assustador e ao mesmo tempo apaixonante. Entretanto, o maior destaque vai para Julia Garner. A jovem atriz já chama atenção em Ozark, mas na nova aquisição da Netflix, Garner vai ao auge. No papel de uma filha protetora e sagaz, a atriz é uma das chaves da produção.
Trama bem montada:
Dirty John é baseada em uma história real — e contada por meio de um podcast (que inclusive você pode ouvir gratuitamente aqui). Na adaptação para a TV muitas coisas poderiam ter dado errado, mas o resultado final é uma boa pedida em ritmo e ousadia. Pontos que podem ser alterados perdem espaço e outros que acrescentam entram na história de forma bem pensada. O resultado final é a impressão de assistir a um enrendo muito bem contado.
Apelo popular:
O tema da produção, em essência, é a violência doméstica. Claro que trata-se de um assunto extremamente delicado e que merece profundo grau de reflexão e cuidado. É importante citar que esse não é um caminho adotado com primazia por Dirty John. A ideia é sentir a emoção do tema, e não necessariamente refleti-lo no contexto contemporâneo da sociedade norte-americana, o que pode ser um problema para os fãs que buscam algo com maiores arestas.
Sensacionalismo:
Esta razão está diretamente ligada à abordagem popularesca da minissérie. De certa forma, a linha narrativa de Dirty John (em relação, especialmente, ao fato de envolver uma família abastada) é abertamente sensacionalista. Contudo, em alguns momentos — especialmente nos episódios do meio para o final, em que o “lado” abusivo de John começa a se revelar — essa vertente tem um peso desconfortável. Na tela, o apelo pela sensação comanda as cenas, então muita trilha sonora assustadora e closes urgentes parecem diminuir a carga de seriedade da produção.
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