Dear white people é uma série original da Netflix que acompanha a história de um grupo de negros que estuda na faculdade de Winchester, um ambiente majoritariamente branco. O nome do seriado vem de um programa de rádio apresentado pela protagonista, que visa abrir os olhos dos estudantes e denunciar casos de racismo no campus.
A série já começa mandando muito bem porque, ao se propor a discutir o racismo, dá voz a quem deve ter voz: os negros. Da criação, a direção e a atuação, a mensagem é pensada e produzida por quem vive na pele o preconceito. De fato, uma aula para as “queridas pessoas brancas”.
Outro ponto positivo, está na pluralidade de visões e discursos. Cada episódio gira em torno de um personagem diferente. Desta forma, vemos diferentes vivências. Como cada um se enxerga, foi marcado pela experiências de vida (e não apenas de preconceito) e a forma particular de cada um se envolver com a causa negra, combater o racismo e lutar pelo seu espaço e seus direitos.
A série tem seu ponto alto no quinto episódio, e não poderia ser diferente. Além de um roteiro que concentra um mix altíssimo de emoções em trinta minutos, há também a direção de Barry Jenkins, o mesmo que comandou Moonlight, vencedor do Oscar de melhor filme deste ano. Mas nesse quesito, temos que dar parabéns para todo o elenco de atores, principalmente Logan Browning e Marque Richardson, que para mim roubaram todas as cenas.
A temática é séria, é importante, mas o seriado entrega a mensagem de uma forma leve (pelo menos no início), em pílulas de trinta minutos: a cara de uma série que foi feita para maratonar. Lá pelo quarto, quinto episódio, a trama começa a ficar um pouco mais densa, mas a tensão cresce aos poucos, sem espantar o telespectador. Há humor, mas não um humor besteirol de Sessão da Tarde. É um humor afiado, cheio de sarcasmo, para deixar você rindo e se sentindo incomodado, quase sem graça.
Não adianta dar chilique e repetir pela milionésima vez que você está cansado de ouvir sobre racismo, porque não está. Eu sei disso porque consigo contar em uma mão o número de produções que vi este ano sobre esse assunto. E porque se, realmente, a gente ouvisse o suficiente sobre isso, as coisas seriam muito diferentes. Se você está perguntando: “que coisas?”, então você realmente precisa assistir ao seriado.
Outros dois seriados que estrearam este ano e tratam, de alguma forma, sobre questões raciais são The good fight, um drama de tribunal que já indicamos neste post, e Superior Donuts, uma comédia leve e superficial, mas que pontualmente trata sobre racismo, já que o personagem principal é um jovem negro universitário pobre, que mora em Chicago e convive com imigrantes.
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