De volta em Malhação – Viva a diferença, Daphne Bozaski lembra a Benê

Vencedora do Emmy, a temporada Viva a diferença de Malhação volta segunda-feira trazendo personagens marcantes como a Benê. Leia entrevista com a atriz Daphne Bozaski

A Benê de Malhação – Viva a diferença marcou a vida da atriz Daphne Bozaski, mas também do público que acompanhou a novela que volta nesta segunda-feira à tela da Globo por causa da pandemia de coronavírus.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Daphne contou que o sucesso de Benê se deu “graças ao texto do Cao (Hamburger, autor da temporada), que criou a história de uma personagem que está no espectro autista sem tabus e sem caricaturas. E por isso acho que as pessoas se identificaram, independente se eram autistas ou não. Todo mundo se viu um pouco na Benê em alguma fase da vida.”

O sucesso de Malhação – Viva a diferença foi tamanho que a temporada ganhou o Emmy Kids e ainda deu origem ao spin-off As Five, prometido para o segundo semestre no Globoplay. Daphne credita o reconhecimento, entre outras, coisas ao protagonismo feminino daquela temporada, que tinha como papéis principais as amigas Benê, Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari), e Keyla (Gabriela Medvedovski). “Começando pelo protagonismo feminino, abordamos temas de diferenças de classes, cor, raça… Entre outros que precisavam ser ditos, vistos, debatidos”, relembra a atriz.

Na entrevista a seguir, Daphne relembra Benê, conta como será As Five e fala sobre amizade e maternidade. Confira!

Entrevista// Daphne Bozaski

Quando você recebeu o convite para o projeto As Five não bateu um medo de ficar presa a apenas um personagem?
Não. Por ser em outra fase da vida da personagem acho que me instigou fazer a Benê novamente. Com certeza foi um dos papéis mais marcantes da minha carreira, pela história que pude representar através dela. Contar essa história mais uma vez é um presente.

Como é reviver um personagem depois de tanto tempo?
É um desafio. Poder interpretá-la com mais maturidade sem perder a essência do que eu já havia criado na novela.

O que mudou na vida da Benê com a passagem de tempo que marca As Five?
Na novela a Benê era mais ingênua, não tinha passado por tantas experiências. Agora na série, ela mora com o Guto, longe da mãe dela. Já terminou a faculdade, onde provavelmente ela conheceu muita coisa sobre ela e sobre o mundo. O que a faz entender certas coisas que na época de Malhação ela não saberia lidar.

Como ficou o romance entre a Benê e o Guto?
Para mim, a série trata do momento da vida em que as personagens estão entrando na vida adulta, buscando a sua independência e tentando lidar com os desafios que essa fase da vida traz. E com a Benê e o Guto não é diferente, eles começam a série juntos. Porém estão em um momento de mudança de cada um e na relação. É quando a Benê reencontra as amigas. Elas a ajudam nesse novo momento pós termino do namoro.

Foi difícil reencontrar a Benê dentro de você quando as gravações de As Five começaram?
Acho que o maior desafio foi entender como seria a Benê depois de 6 anos. O que mudaria nela e o que continuaria igual.

A Benê acabou virando muito querida do público. Porque você acha que houve essa identificação?
Graças ao texto do Cao, que criou a história de uma personagem que está no espectro autista sem tabus e sem caricaturas. E por isso acho que as pessoas se identificaram, independente se eram autistas ou não. Todo mundo se viu um pouco na Benê em alguma fase da vida.

Entre As Five e Malhação você e as outras atrizes se encontraram? Ficaram amigas como as personagens?
Somos muito amigas. Depois de 1 ano gravando juntas, foi difícil desgrudar. Sempre nos falamos e tentamos encontrar para colocar papo em dia.

Sua temporada de Malhação ganhou o Emmy kids. Por que ela deu tão certo?
Pelo texto do Cao, começando pelo protagonismo feminino. Abordamos temas de diferenças de classes, cor, raça… Entre outros temas que precisavam ser ditos, vistos, debatidos… E também por toda equipe que se doou ao máximo para fazer cada cena. Desde o elenco à equipe técnica.

A linguagem do streaming é diferente da vista na TV aberta?
Sim. Acho que quando vocês assistirem verão que é outro tempo de atuação. Na Malhação os tempos sobre um assunto eram mais longos, dias e dias falando sobre o mesmo tema. Na série é mais rápido e mais preenchido. Cada cena tem que dizer muita coisa, não tem enrolação sobre um assunto.

Entre uma produção e outra você foi mãe. Sua maneira de atuar ou de ver os personagens que recebe mudou com maternidade?
Com certeza. Acho que tudo muda com a chegada da maternidade. A maneira como você enxerga o mundo, como entende a relação entre as pessoas. E com isso enxerguei outras lacunas na história da Benê que possivelmente passariam batido, antes da experiência de ser mãe, de criar e ser responsável por um ser humano. Hoje entendo a força da Josefina, mãe da Benê.

Muitas mães têm que passar por um período de adaptação ao voltar para o trabalho. Ainda é difícil para você sair para trabalhar?
A maternidade é um aprendizado diário, cada dia é cheio desafios. Voltar a trabalhar foi mais um desses desafios. Como é a Daphne atriz e mãe?! Qual o tempo de dedicação para cada coisa? No começo não foi fácil, mas fomos nos adaptando. Optamos por estar o mais presente possível com o nosso filho. Se eu não estava era o meu marido que ficava com ele. E se nenhum dos dois podiam, contamos com a rede de apoio que criamos.