Programa Donos da história, do Viva, traz a trajetória de autores de novela, mas é curto para abarcar homenagens e lembranças em poucos minutos.
Os bastidores das novelas estão sendo desvendados pela tevê. E não estamos falando de programas como o famigerado Vídeo show. E, sim, de atrações como os excelentes Damas da TV (Viva) e Ofício em cena (Globo News), quase sempre centrados em atores e atrizes. Agora o Viva se debruça sobre o que os autores das novelas têm a dizer, em Donos da história. A atração vai ao ar domingo, às 18h30, com reprises na programação.
Ao dar voz a quem raramente aparece, o canal apresentou entrevistas com Manoel Carlos, Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Walther Negrão. Estão programadas conversas com Alcides Nogueira, Benedito Ruy Barbosa, Antonio Calmon, Duca Rachid e Thelma Guedes, João Emanoel Carneiro, Maria Adelaide Amaral, Miguel Falabella, Ricardo Linhares e Silvio de Abreu. Os 13 episódios de Donos da história mostram várias gerações de autores — e deixam no ar dúvidas, como: cadê Walcyr Carrasco e Gloria Parez?; ou é sério que Miguel Falabella está nessa lista?.
A estreia foi emblemática: pioneiro dos tempos de teleteatro, Manoel Carlos foi o escolhido. Pronto. Os acertos de Donos da história quase que param por aí. Entram em cena atores e amigos que ajudam na trajetória dos escritores, no caso de Manoel Carlos, liderados por Regina Duarte. Betty Faria falou sobre Aguinaldo Silva e lembrou o sucesso de Tieta, que está sendo reprisada pelo canal.
É tão raro que autores tenham voz em programas como esse que não dá para entender o porquê eles não sejam a grande estrela do programa. É legal ver Regina Duarte se vangloriando de ter vivido três Helenas? Sim, é. Mas seria melhor ainda que Manoel Carlos explicasse a escalação da atriz, não? Ou se Silvio de Abreu falasse sobre como foi fracassar com As filhas da mãe (uma ótima novela, mal compreendida à época).
Outro ponto negativo de Donos da história é que, pelo menos até agora, o foco recai sobre histórias pessoais dos retratados. A ideia não era falar sobre a criação das novelas? Tudo isso — as homenagens e os relatos pessoais — funcionaria bem se combinado a falas sobre o processo criativo e curiosidades como porque o Leblon é o cenário das novelas de Manoel Carlos. E se Donos da história tivesse uns minutinhos a mais. Meia hora divididas em dois blocos acaba sendo pouco. Uma pena!