Aquecimento para o Emmy: Crítica de Westworld

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Com 22 indicações ao Emmy Awards, Westworld é a série que mais acumulou nomeações na premiação de 2017 e, por conta da qualidade, tem tudo para levar muitas estatuetas

Aquecimento Emmy! Toda sexta-feira o Próximo Capítulo publicará críticas de produções indicadas ao Emmy awards 2017 que ainda não foram citadas no blog. Acompanhe!

Talvez já pensando em preencher o buraco que Game of thrones deixará em sua programação — a série encerrará sua história na próxima temporada –, a HBO investiu pesado em Westworld, que foi o principal lançamento do canal no ano passado. E a confirmação disso são as 22 nomeações ao Emmy, sendo a série com mais indicações do ano.

A primeira prova do investimento são os diversos nomes importantes ligados ao drama. A começar pelos produtores-executivos: J.J. Abrams, nome envolvido em produções como Lost, Super 8 e Star wars: O despertar da Força, e Jonathan Nolan, roteirista de O cavaleiro das trevas e Interestelar. O elenco também é de gala, com Anthony Hopkins, Ed Harris e (nosso amado) Rodrigo Santoro. Além disso, basta o primeiro minuto de exibição do primeiro episódio de Westworld para ter certeza de que a série merece todos os prêmios técnicos do Emmy.

Westworld cria, com maestria, todo um novo mundo. No caso da série, o parque de “diversões” Westworld, que, em um futuro em que a humanidade encontrou cura para todas as doenças, parece ser o novo tipo de diversão dos humanos. Diariamente, centenas de pessoas chegam ao local para viver uma vida quase novelesca em um mundo ambientado no velho oeste habitado por androides.

Crédito: HBO/Divulgação.

No parque tudo é permitido aos visitantes, que são chamados pelos androides de recém-chegados. Eles matam, torturam e estupram os robôs, que, muito se assemelham aos humanos fisicamente e na possibilidade de expressarem sentimentos. Só que os androides não fazem ideia de que são apenas robôs seguindo scripts, então choram e até lutam para não serem “mortos”. Dentre os muitos robôs, há os anfitriões que são responsáveis por improvisar dentro de 100 narrativas interligadas.

Como em uma clássica ficção científica, o principal mote da série é a tal revolta da cria contra o criador. Em um determinado momento do primeiro episódio, descobre-se que um atualização do sistema dá errado, os chamados devaneios, e os androides começam a ganhar consciência própria e lembrar do que aconteceu com eles durante os dias em Westworld. Lembrar de tanta violência, ameaça a segurança do parque de diversões.

Apesar da história ter um mote bastante usual, a forma como Westworld apresenta isso é bastante interessante, com muitas reviravoltas e segredos. Outra qualidade é o fato da série abordar nas entrelinhas que a violência é algo inerente ao ser humano, que, mesmo em um futuro em que tudo parece dar certo, ainda sente prazer em matar, estuprar e torturar outro pessoa, mesmo que seja um androide.

Um recurso arriscado, mas que Westworld faz muito bem é utilizar diversas linhas temporárias para contar sua história. Em alguns momentos isso pode confundir o telespectador, no entanto, é tudo pensando. A intenção é causar dúvida para não entregar a história que permeará Westworld logo de cara.

Chances de Westworld no Emmy

Pelas qualidades abordadas até aqui em relação à série, Westworld tem grandes chances de levar vários prêmios no Emmy, inclusive, é uma das que desponta como favorita na categoria de melhor série dramática, apesar da concorrência ter nomes como The crown, The handmaid’s tale e This is us.

Crédito: John P Johnson/Divulgação

O elenco também é outro motivo de destaque e até por isso Westworld tem quatro atores indicados: Anthony Hopkins (Robert Ford), melhor ator em série dramática; Evan Rachel Wood (Dolores Abernathy), melhor atriz em série dramática; Jeffrey Wright (Bernard Lowe), melhor ator coadjuvante em série dramática; e Thandie Newton (Maeve Millay), melhor atriz coadjuvante em série dramática.

Todos os quatros são merecedores de suas indicações porque realmente roubam a cena em Westworld. Apesar de não ter sido indicado, Ed Harris está muito bem na pele do vilão Homem de Preto/Pistoleiro. Outro ator que merece ser lembrado é Rodrigo Santoro, que, após a “microparticipação” em Lost, tem um papel relevante na produção.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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