Um faroeste estrelado por mulheres e sem estar preso a estereótipos que as retratem masculinizadas ou como prostitutas. Assim é Godless, minissérie em sete capítulos disponível na Netflix que concorre a quatro Emmys: Melhor minissérie, ator (Jeff Daniels), atriz (Michelle Dockery) e atriz coadjuvante (Merritt Weaver) ー Confira aqui outros indicados ao prêmio.
A ação da série que faz parte do nosso aquecimento para o Emmy se passa em La Belle, cidadezinha do Novo México comandada por mulheres depois que os homens morrem na explosão de uma mina, que agora está desativada e é alvo de disputa entre forasteiros que querem reativá-la e moradores que não guardam boas memórias de quando o local funcionava.
Somos apresentados aos personagens e aos conflitos deles lentamente ー às vezes lentamente demais… Godless sofre com essa falta de ritmo. É aos poucos que acompanhamos a chegada de Roy Goode (Jack O’Connell) a La Belle. Ele vai se esconder na fazenda de Alice Fletcher (Michelle Dockery) depois de trair Frank Griffin (Jeff Daniels) e seu bando. Roy dá um tiro em Frank durante um confronto que tem como saldo uma amizade desfeita, vários homens mortos, um braço de Frank decepado e o desejo de vingança contra Roy.
Logo quando chega, Roy percebe o poder das mulheres em La Belle. Alice é viúva duas vezes e recebe o forasteiro ー literalmente ー a bala, acertando-lhe um tiro na garganta. Mas logo ele vai percebendo que há alguma fragilidade em torno daquela fortaleza e, esperto, conquista a confiança do filho dela, a quem ensina a andar a cavalo. Isso feito, está atado o laço que une Alice e Roy.
Outra mulher que tem pulso forte em Godless é Mary Agnes, viúva do prefeito da cidade. A personagem ganha ainda mais vigor graças à boa performance da atriz Merritt Weaver, capaz de roubar para si praticamente todas as cenas das quais participa. É bem verdade que Mary Agnes tem menos sutilezas do que Alice e isso faz com que elas se contraponham ainda mais. Se na pistola, o duelo é entre Roy e Frank, para nós importa mais a disputa velada entre Mary Agnes e Alice. Essa talvez seja a verdadeira alma da minissérie.
É interessante notar a força dos cavalos em Godless. E não estamos aqui falando do porte dos animais, mas, sim, de como é importante para os personagens mostrar domínio sobre os equinos. É como se fosse uma demonstração de poder. A relação entre os fortes e seus animais tem um quê de afeto também. Muitas vezes é nos cavalos que estão explícitas a tensão e a beleza da cena.
Godless é uma minissérie muito bem cuidada, tem uma fotografia esplêndida, que combina cenas áridas com outras pinçadas a dedo para chegarem às telas em preto e branco. As cenas de tiroteio também são um atrativo à parte e mesmo quem não curte ver muito sangue vai se encantar.
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