Criada por Stephen King, com a produção-executiva de J.J. Abrams (Lost) e o protagonismo da atual sensação do terror, Bill Skarsgard (que esteve à frente de It – A coisa), a série do Hulu, Castle Rock, tinha tudo para dar certo. Entretanto, o resultado final – com base no piloto – não foi animador.
O enredo é um grande exercício de boa vontade. Porque, essencialmente, não entrega nada e espera do espectador uma grade dose de paciência. O piloto começa com o estranho suicídio de Dale Lacy (Terry O’Quinn), o ex-diretor do presídio Shawshank. Ao longo do episódio, o público descobre que Dale mantinha um prisioneiro escondido na prisão, em uma espécie de subsolo. Trata-se do The kid (Skarsgard).
Porém, esta que deveria ser a parte mais animadora do piloto é relegada ao escanteio. A série prefere introduzir, então, a história de Henry Deaver (André Holland), um personagem singular. Ainda na infância, Henry desapareceu na floresta que cerca a cidade de Castle Rock, para reaparecer – completamente intacto e sem memórias – alguns dias depois.
Atualmente, Henry é um advogado – sem muito sucesso – que gosta de casos arriscados. O personagem se junta a história da série propriamente dita a partir do momento em que um agente do presídio de Shawshank percebe que a direção pretende dar um “fim” em The kid e liga para Henry em busca de ajuda legal.
No meio disso tudo, ainda tem Molly Strand (Melanie Lynskey), uma corretora de seguros que tem problemas com drogas e uma espécie de “poder telecinético”. Mas é importante lembrar que Molly só chega na série a partir do segundo episódio.
Agora é só pegar todo esse enredo, e jogar em uma caixa com muitos sustos, neblinas e histórias que prometem, mas no fim não entregam muito. Pronto, esse é o piloto de Castle Rock.
Decepcionante. Esta é a principal sensação após assiStir ao piloto da série. Os sustos não empolgam, e o excesso de mistério deixa a série a quilômetros do primeiro objetivo concreto, construindo um piloto em que nada ocorre de fato.
Os flashbacks – que pretendem explicar melhor a ligação dos personagens no presente – são ineficientes e pedantes, parecendo durar mais do que a própria história no presente.
Fica como positivo a atuação eficaz de Skarsgard (pena que tão restrita no enredo em geral) e toda a produção fotográfica, que, por vezes, dá mais sentido a história do que o roteiro em si.
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