Coração de ferro discute o legado da armadura mais famosa da Marvel

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Estreia da semana na Disney+, a nova série apresenta o futuro do estúdio em Riri Williams, uma protagonista carismática

Por Pedro Ibarra

Estreia da semana, Coração de Ferro chega à Disney+ com pouca expectativa dos fãs, mas com uma missão interessante. A nova série da Marvel é a primeira produção televisiva do estúdio com uma mulher negra no protagonismo e também o último lançamento seriado live action deste universo em 2025. Mesmo sem que ninguém espere muita desta narrativa, o trabalho é trazer para perto uma história nova em todos os aspectos. O Próximo Capítulo conta algumas das primeiras impressões da produção.

O enredo retoma um lugar que nunca foi efetivamente esquecido da Marvel: o legado de Tony Stark. Riri Williams, personagem muito bem interpretada por Dominique Thorne, é uma prodígio interessante, mas também é a primeira a vestir uma armadura fora do arco do Homem de Ferro. Dessa forma, ela carrega o peso da sucessão do personagem mais amado do Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Essa é a segunda produção de Riri na Marvel, uma vez que foi apresentada em ‘Pantera Negra: Wakanda para sempre’.

A história, no entanto, tem outro peso narrativo quando colocada em contexto. Riri é uma mulher jovem e negra, que vem de uma família bem de vida, mas não tem milhões para investir para fazer tecnologias. Por isso, a protagonista precisa se envolver com o crime para conseguir o dinheiro necessário para desenvolver a armadura que a proporcionará seguir os passos de Tony Stark.

Porém, há uma complexidade que distingue Riri Williams de outros personagens da Marvel que tiveram que começar de baixo. O fato de ela ser uma mulher negra amplifica o discurso de que a busca por um lugar ao Sol é mais árdua e cheia de obstáculos, mas a confiança e a eloquência da personagem são vibrantes demais. Ou seja, ela sofre, mas em momento nenhum é uma vítima de um sistema perverso como Peter Parker é, por exemplo.

Os fins justificam os meios para uma figura que está mais interessada em ser reconhecida como uma criadora do que salvar o mundo. O tema super-heroico, por sinal, é usado como um argumento que a própria protagonista não acredita tanto quando fala. A moral da personagem não é questionável, mas a ambição dela fala tão alto que ela toma decisões erradas em nome de conquistar o que precisa.

O lado emocional da personagem também traz uma complexidade diferente ao MCU. Riri é uma personagem com uma casca muito grossa criada pelos traumas que viveu. Por ser orgulhosa e confiante, ela se esconde do que precisa lidar psicologicamente e suprime sentimentos importantes. Portanto, a série é também uma história de amadurecimento. A origem de uma super-heroína também é o envelhecimento de uma jovem mulher.

O lado da protagonista é tão instigante que o antagonismo até perde importância. Porém, o vilão, conhecido como O Capuz e interpretado por Anthony Ramos, vem com uma carga muito grande para apresentar novas mitologias da Marvel. Outros destaques do elenco são Eric André, Alden Ehrenreich e Jaren Merrell, também conhecido pela drag queen que interpreta Shea Couleé.

O Sol é para todos

Mais importante do que toda a história que será contada é o que representa esta produção para o vasto e saturado universo dos super-heróis. Criada pela roteirista Chinaka Hodge e dirigida por Samantha Bailey e Angela Barnes, essa é a primeira produção da Marvel completamente pensada, liderada e executada por mulheres negras. O sucesso desse título pode representar novos caminhos e que a aposta em representatividade é um acerto.

Riri Williams pode ser um novo começo para o estúdio que, desde 2019, busca figuras que possam liderar os novos tempos do MCU. Quem melhor para essa tarefa do que a primeira pessoa fora do ciclo de Tony Stark a vestir uma armadura? Ainda é cedo para cravar, mas Coração de Ferro tem potencial para ser a representante dos novos tempos.

Pedro Ibarra

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