Canal inglês estreia o seriado White gold. Piloto aposta em comédia escrachada sobre a vida de vendedores na década de 1990. Ainda não há previsão de lançamento na tevê brasileira
*Colaboração de Ronayre Nunes
A proposta não é lá muito inovadora: a falta de escrúpulos de vendedores que buscam o lucro acima de tudo vem se debatendo na tevê há anos. Naturalmente, isso não é um problema (pelo menos não no sentido absoluto da palavra), já que quase todas as novas sinopses se “inspiram” em outros sucessos. Se o telespectador fizer uma forcinha percebe logo que White gold pode tirar algumas memórias de House of lies ou Mad men, por causa de toda a linha criativa por trás das necessidades de venda.
O enrendo apresenta o jovem Vincent, interpretado por Ed Westwick (Gossip girl e Snatch), que vivia uma vida meio mediana até que é despedido e decide buscar o sucesso absoluto depois da dica de um ex-colega de classe, enquanto fazem uma festa de cocaína dentro do carro.
O caminho que o personagem encontra passa pela função de vendedor de plásticos para janelas (daí o nome da série, White gold). Conseguindo prosperar, financeiramente, mas não em outras perspectivas – como família e amigos – Vincent decide expandir os negócios e apostar tudo na loja que toca com outros dois vendedores, Martin e Brian (Joe Thomas e James Buckley, respectivamente), que estão dispostos a serem tão mal carates como o chefe.
Uma coisa que chega a ser um pouco constrangedora é a referência que a série faz a outra produção inglesa, The inbetweeners. Damon Beesley, escritor e diretor de White gold também trabalhou em The inbetweeners – assim como Joe Thomas e James Buckley –, e a impressão que fica para quem acompanhou as duas produções é que uma, literalmente, copia situações cômicas da outra – como a aposta de mal gosto entre Brian e Martin, a exposição gratuita de genitálias e os vários palavrões que só são engraçados até certo ponto (e estranhamente não parecem fazer parte da linha de atuação de Westwick).
Em contrapartida, um ponto muito positivo para a série é a forma como ela quebra a quarta janela: de maneira eficaz a narrativa, que acelera o ritmo, é aquele raro momento que o escape cômico é feito com mais cuidado.
Se você é um fã de séries, provavelmente, faz um exercício mental típico depois de ver qualquer piloto: imaginar para onde aquela história toda vai. Com White gold é possível imaginar os três protagonistas brigando por poder, a família de Vincent o abandonando pela distância que ele crava em busca do sucesso e até mesmo sua desistência do negócio infame.
Ficou curioso, que tal conferir o trailer?
*Estagiário sob supervisão de Vinicius Nader