Talvez uma pessoa acordar do coma toda maquiada e pronta para fazer um bom barraco possa sair um pouco da lógica. Mas essa é uma cena que representa bem a proposta de Daytime divas, série que estreou no canal VH1 nos Estados Unidos e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
A proposta da produção não é nova, mas muito rica: contar o que acontece nos bastidores de um programa diurno da tevê aberta norte-americana. O The lunch hour — atração retratada na série — é aquele típico programa que conta com várias apresentadoras para promover um entretenimento bem “biquíni no palco” — ao melhor estilo panicat do Pânico.
Em Daytime divas, o telespectador entra em contato com o mundo dos bastidores do programa The lunch hour, que conta com apresentação de Maxine (a matriarca que lidera a atração), Mo (engraçada e ambiciosa), Kibby (a ex-estrela teen, que agora busca um recomeço no entretenimento), Nina (a boa moça da igreja e do casamento católico) e por fim – ufa –, Heather (a jornalista seria). Extremamente estereotipadas, as personagens travam uma briga para tentar mais destaque dentro do programa, principalmente, depois que Maxine, até então líder, entra em coma após um procedimento de cirurgia plástica.
A proposta é fazer uma comédia sobre as situações absurdas que -– teoricamente -– se encontram nos bastidores de programas desse tipo, como a fixação por beleza, a ambição, os relacionamentos, o mal caráter e tudo mais que possa prender a audiência.
Diante de tantas palavras atropeladas nos diálogos e um enredo que passa por cima de si mesmo ao tentar sufocar o público com situações cômicas ou dramáticas a cada segundo, fica de positivo em Daytime divas a interessante ideia da produção em colocar na trama uma criança transgênero –- mesmo que, no elenco, bem coadjuvante –- e a iniciativa do canal VH1, que não tem tradição com séries, mas decidiu tentar mesmo assim.
Daytime Divas fica no escopo de séries que podem ficar no gosto popular, mas que poderiam ter deixado uma impressão bem mais apurada.
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