Reality The voice estreia a sétima temporada no Brasil com algumas novidades. Para quem os técnicos vão virar as cadeiras?
Rio de Janeiro – Um cantor ou cantora sobe ao palco, se apresenta, mas a platéia que ele mais quer encantar naquele momento está de costas. Ainda bem que as cadeiras são giratórias e podem virar de frente ao som mais emocionante. Reconheceu o roteiro? Sim! O The voice Brasil está se volta a partir desta semana. A sétima temporada do reality show musical será apresentada às terças e quintas, depois de Segundo sol.
A mudança de um dia para dois na semana não é a única mudança para esta temporada. O botão do bloqueio, o salvamento instantâneo e um perfil oficial no Instagram também são novidade. O que não muda são os técnicos Carlinhos Brown, Lulu Santos, Ivete Sangalo e Michel Teló e os apresentadores Tiago Leifert e Mariana Rios.
O bloqueio será usado na primeira fase do programa. Com ele, um técnico pode impedir que a voz vá para um colega. Estratégia para tentar quebrar a sequência de vitórias de Michel Teló, campeão das últimas três temporadas?
“O bloqueio é uma estratégia boa, que está mais ligada ao estilo. Se eu gosto de uma voz sertaneja, bloqueio logo o Teló porque o cara é fera”, brinca Brown, para logo depois emendar: “para mim não importa quem vai ganhar. O que eu quero é ajudar aquela voz, dar segurança aos cantores”.
Lulu concorda que essa pode ser uma boa arma, mas avisa. “A gente chega pensando que vai agir de uma forma, mas não adianta: quem manda é a emoção. A música desafia a lógica. O melhor que pode acontecer é a gente ser desarmado pela emoção. Aí a gente vira platéia”, afirma o cantor, que muitas vezes vai às lágrimas, especialmente quando o candidato escolhe uma música do próprio Lulu. “Quando eles cantam uma música minha com brilho nos olhos, dando a interpretação deles para o que eu queria dizer é uma forma de conexão muito grande comigo”, explica.
A voz do público
O salvamento instantâneo será usado mais à frente da competição. Será quando o público trará de volta ao programa uma voz eliminada anteriormente.
Isso pode ser um jeito de corrigir algum arrependimento. “Eu me lembro de um arrependimento. Não usei o ‘peguei’ para salvar o Marcelo Archetti, em 2015. Depois fiquei pensando que ele tinha potencial para ser finalista. A fase das batalhas é a mais sofrida pra mim. A gente primeiro acolhe para depois cortar”, lembra Lulu.
Ivete Sangalo também confessa que sofre com as escolhas, mas ressalta que sentia mais quando era técnica da versão Kids do The voice. “A gente tem essa ilusão de que o adulto está mais preparado para o não. Quando eram as crianças, eu chegava em casa e só chorava. Elas já saiam do estúdio brincando”, afirma a estrela baiana.
Para ela, só existe um caminho para ganhar o The voice: personalidade. “A arte não é uma fábrica. Podem fazer carros em massa, mas não artistas. Não existem dois Browns, duas Ivetes. Então cada um tem que buscar o caminho próprio, sempre com responsabilidade e carinho”, ensina.
*O jornalista viajou a convite da Rede Globo.
Três perguntas para o tricampeão do The voice Michel Teló
O que você achou das novidades desta temporada do The voice?
Estão tentando um jeito de me parar (risos). Brincadeira. Vai ser ótimo. Vamos poder contar mais a história daquelas pessoas que estão no palco. Os técnicos também vão ter mais tempo de se apresentar e de se divertir. O botão do bloqueio dá um upgrade na brincadeira entre a gente, na zoação, sempre muito respeitosa entre a gente.
Que conselhos o tricampeão Teló daria para quem quer vencer o The voice?
Primeiro, eu diria que a pessoa tem que estar vivendo “o” momento da carreira dela. Isso reflete no palco e no carisma dela. Em segundo lugar, tem que ter a voz mais emocionante. E em terceiro, atitude. A Samantha Ayara, atual campeã, é um exemplo de quando isso acontece ao mesmo tempo. Ela tentou uma temporada, não passou nas audições, escutou o que a gente falou, voltou no ano seguinte, virou as quatro cadeiras e venceu. Era a hora dela.
Você costuma fazer parcerias ou cantar com as vozes que saíram do programa?
Muito! Sempre que dá convido um. A gente faz de tudo que puder para que eles continuem. Eu acabo de gravar com a Samantha uma música linda, Mil constelações, que fala sobre os pequenos gestos. Ela compôs quando saiu do programa.
Entenda as fases do The voice
Audições às cegas – Durante oito programas os candidatos se apresentam com os técnicos virados de costas. Quem quiser ter aquela voz no time vira a cadeira e torce para não ser bloqueado por um colega que também virou. Cada time terá 18 vozes.
Batalhas – Em duplas, cantores do mesmo time se apresentam e o técnico escolhe um para continuar na competição. É nessa fase que os técnicos podem usar o “peguei” e trazer para o seu time alguém que perdeu a batalha.
Tira-teima – É a primeira fase ao vivo do The voice. Aqui, quatro vozes de cada time se apresentam em solos. O público salva uma, o técnico, duas e a outra deixa o reality.
Batalha dos técnicos – Agora a batalha é entre vozes de times diferentes. Um técnico desafia o outro e as vozes duelam. O público determina o vencedor. No fim desta fase, entra em cena o salvamento instantâneo, quando um cantor voltará à competição.
Remix – A ideia aqui é equiparar as equipes numericamente. Cada técnico guarda uma voz e a classifica direto para a etapa seguinte. Os outros participantes se apresentam e os times vão novamente se formando, cada um com 4 vozes.
Shows ao vivo – Durante dois programas, cada time se apresenta ao vivo. No primeiro, um de cada equipe sai, restando três. No segundo, mais um é eliminado.
Semifinal – Os dois restantes de cada time cantam ao vivo. Um se classifica para a final.
Final – Depois do show dos quatro finalistas (necessariamente um de cada time) o público elege o vencedor da sétima temporada do The voice.
Relembre os brasilienses do The voice!
1ª temporada: Ellen Oléria não precisou nem de 30 segundos para que Carlinhos Brown virasse a cadeira para ela. O resultado é que a brasiliense acumulou uma vitória atrás da outra e foi a primeira campeã do The voice Brasil. Thaís Moreira e Pedro Eduardo também se classificaram e pararam nas apresentações ao vivo, ela na primeira rodada, ele na segunda.
4ª temporada: Dani Lino e Joelma Santiago foram semifinalistas. Brícia Ellen parou na rodada de fogo.
5ª temporada: No último acorde, Gabriel Corrêa conquistou a última vaga do time de Michel Teló. O sertanejo chegou à semifinal, mais longe do que o conterrâneo Denilson Bhastos, que caiu na batalha dos técnicos.
6ª temporada: Duas vozes já consagradas na cidade foram apresentadas ao Brasil: Dhi Ribeiro e Nanãn Matos. A primeira ficou no tira-teima e a segunda, na batalhas.