O elenco e os criadores de Aruanas falam sobre a segunda temporada da série que estreou na última quinta e foca na poluição do ar
Por Pedro Ibarra
Sucesso na primeira temporada, Aruanas chega ao segundo ano na Globoplay. O seriado que acompanha Natalie (Débora Falabella), Luiza (Leandra Leal), Verônica (Taís Araújo) e Clara (Thainá Duarte), na luta pela proteção do meio ambiente volta com um novo foco principal, além de ter a obrigação de resolver os dramas deixados no final dos últimos capítulos da temporada de estreia.
As protagonistas da ONG Aruana, conhecidas no primeiro ano do seriado por denunciar e combater crimes ambientais na Amazônia, agora vão investigar e delatar ações que colaboram para um problema que assola o mundo todo: a poluição urbana. O inimigo desta vez é silencioso e afeta todas as pessoas, pois está majoritariamente no ar.
“A gente acertou muito em falar sobre a Amazônia na primeira temporada, a pauta da proteção do meio ambiente é muito atual”, diz Marcos Nisti, criador e roteirista da série. Ele garante que o foco desta temporada é tão importante quanto o da anterior e já adianta: “O nosso objetivo é cruzar os temas no futuro”.
A série sai da floresta tropical e assume os meios urbanos e as ativistas enfrentam ameaças mais perigosas e poderosas. “Conseguimos aprofundar e criar mais. Tivemos um bom tempo a mais com o roteiro”, conta a também criadora e roteirista Estela Renner. A produção mergulhou mais nos temas até por conta do tempo extra que receberam, já que estavam gravando quando a pandemia se agravou e tudo teve de ser fechado. No tempo em casa, a equipe de criação investiu em aperfeiçoar história para chegar ao mais próximo da realidade. “Igualzinho à vida real”, brinca Camila Pitanga, que interpreta Olga, a vilã da série.
Esse apego à realidade faz da série um fenômeno recente da Globo. Se na primeira temporada, Aruanas tocou na destruição da Amazônia na mesma época em que floresta pegava fogo na vida real, agora trata da poluição urbana, um dos assuntos mais discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, a chamada COP26. “É meio cósmico como as coisas acontecem depois de a gente escrever”, reflete Estela, que ainda conta que o roteiro da primeira temporada foi pensado em 2012. “É isso. A vida imita a arte e arte imita a vida e tudo bem”, complementa.
A discussão social chega ao entretenimento com Aruanas
Essas coincidências levantam a importante discussão sobre o impacto social do entretenimento. Por mais que seja uma ficção, Aruanas abre o olho público para problemas muito latentes na sociedade atual. “Essa série é um chamamento. Ela pergunta para cada espectador: ‘E aí? Você vai fazer o que sobre essa situação”, acredita Taís Araújo. “O desejo e a expectativa que a gente tem é de agregar, é de trazer mais gente para esse movimento”, adiciona Camila Pitanga.
“O artista já está nesse lugar que a série propõe, nós somos seres políticos”, reflete Débora Falabella. Para as atrizes, o trabalho delas é mostrar, a partir da arte, mensagens pertinentes para a sociedade e Aruanas faz isso com qualidade. “Assim que você toma consciência do que está acontecendo não tem como mudar, como parar de se importar. Você acaba tendo um movimento interno e passa a se importar e se posicionar em situações que antes não se envolvia”, explica Thainá Duarte.
Porém, não é só o meio ambiente que será tópico, as relações entre as personagens, tão bem exploradas no primeiro ano voltam com resoluções e novos problemas. “O grande ganho nosso foi conseguir mostrar mais as relações humanas”, comenta o diretor artístico André Felipe Binder. “O grande assunto desta temporada é amizade”, crava Leandra Leal. “O babado continua”, brinca Thainá.