Estreia segunda-feira (24/9) a segunda novela da faixa mais recente criada pela Globo destinada aos folhetins, logo após o Jornal Hoje. E, pela segunda vez, o título escolhido é uma reprise escrita por Walcyr Carrasco, Chocolate com pimenta. Exibida em 2003, a trama já esteve duas vezes no Vale a pena ver de novo (2006 e 2012), foi reprisada no Viva (2020) e, desde janeiro de 2021, está no Globoplay. É de deixar o público diabético.
Sucesso de público, Chocolate com pimenta é da safra de novelas das 18h de Walcyr, talvez o horário para o qual ele melhor escreve. A receita seguida é muito parecida com a novela que acaba de sair do ar, O Cravo e a Rosa. Então, teremos várias pitadas de torta na cara e cenas do gênero, os mesmos anos 1920 como pano de fundo, um texto capenga, mas que funciona, vilões caricatos e um romance de idas e vindas, com a mocinha mais forte do que o mocinho.
Nesse caso, Ana Francisca (Mariana Ximenes) é que dá o tom da novela. A protagonista perde o noivo Danilo (Murilo Benício) para Olga (Priscila Fantin) e o triângulo que se sustenta até o fim da novela está formado. Outros dois nomes chamaram a atenção em Chocolate com pimenta e merecem ser revistos: Drica Moraes e Kayky Brito.
Drica fazia parte do melhor núcleo da novela, o caipira. Dirigida por um mestre da comédia (o saudoso Jorge Fernando), ela estava na medida certa como Márcia, mulher da roça que sonhava em ser fina. Ainda emplacou o bordão “sou chique, bem”. Ao lado dela, o núcleo ainda tinha Osmar Prado, Laura Cardoso e Marcello Novaes.
Kayky Brito se destacou com o melhor personagem dele até agora. O rapaz acertou no desafio de viver Bernadete/Bernardo, um adolescente criado desde criança pela mãe, Jezebel (Elizabeth Savalla), como se fosse menina.
A curiosa estratégia de colocar duas tramas de Walcyr Carrasco seguidas (o autor ainda estará em outra faixa, com uma versão light da péssima Verdades secretas 2, a partir de outubro) pode sair pela culatra. São boas novelas, mas parecidas em vários pontos. E Chocolate com pimenta vai para a terceira reprise na TV aberta. Será demais?
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