Chewing gum: A comédia do absurdo

Compartilhe

Bastante comentada na internet, Chewing gum utiliza situações inacreditáveis e bizarras para fazer humor. Em alguns momentos funciona, em outros, não.

A história de Chewing gum é, no mínimo, incomum nos dias de hoje. A série britânica acompanha a protagonista Tracey, papel de Michaela Coel, uma jovem cristã de 24 anos que namora há seis anos com Ronald (John McMillan), com quem nunca trocou sequer um beijo. O noivo coloca a culpa na religiosidade (sei!). Ao mesmo tempo que Tracey se sente culpada, ela quer perder a virgindade. Sem conhecimento de nada, ela pede conselhos a amiga Candise (Danielle Isaie) e, desanimada com o próprio relacionamento, se apaixona pelo poeta e vizinho Connor (Robert Lonsdale).

A inexperiência de Tracey é o principal combustível da série. É dessa inocência da personagem que a produção busca o humor. E está exatamente aí seu trunfo e também seu problema. As situações bizarras e inacreditáveis em que Tracey é exposta são em alguns momentos hilárias e em outras tão estranhas (coloca estranhas nisso!) que falta a reação do riso. E esse não é um ponto apenas de Tracey, mas de todos os personagens e da história em si.

Crédito: Mark Ronson/Divulgação. Tracey02

Independentemente disso é preciso destacar o trabalho da atriz Michael Coel, que faz uma Tracey bastante crível, e o fato de a série discutir temas importantes, como religião, sexualidade, machismo, desigualdade social e racismo.

Resumindo, é difícil ter uma opinião fechada sobre Chewing gum. A comédia britânica tem uma alternância de bons e maus momentos. O que é comum quando se aposta no humor do absurdo: pode-se pecar por excesso, mas também são esses mesmos excessos que outras vezes fazem os espectadores chorarem de rir. Como dosar a mão? É esse equilíbrio que falta em Chewing gum para ser de fato uma série boa — a comédia está em algum lugar entre bom e regular. E você, o que achou? Conta aí nos comentários!

Chewing gum
Duas temporadas disponíveis na Netflix.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

Posts recentes

Com Grazi Massafera, Dona Beja estreia em fevereiro na HBO Max

Plataforma de streaming marca data para disponibilizar a nova novela original, que traz Grazi Massafera…

2 semanas atrás

Marina Rigueira celebra destaque de personagem em “Dona de mim”

Ela vive a advogada Vivian, que ganha profundidade na relação com a família Boaz na…

4 semanas atrás

Arthur Monteiro celebra realização de sonho com “Arcanjo renegado”

O ator Arthur Monteiro, 41 anos, estreia no Globoplay na quarta temporada da série de…

4 semanas atrás

Após cangaço, Romeu Benedicto mergulha na máfia dos jogos

Em Os donos do jogo, da Netflix, ator vive o deputado Mandele Neto, autor do projeto…

4 semanas atrás

Análise: Avenida Brasil 2 — como seria a nova história?

Em meio às especulações sobre a continuação do sucesso escrito por João Emanuel Carneiro em…

4 semanas atrás

Análise: Um novo e necessário olhar para o coração do Brasil

Tevê e streaming se voltam para o Brasil central, entendendo que há muito mais por…

4 semanas atrás