Escritor que morreu neste sábado, Cony assinou Marquesa de Santos e Comédia carioca e ainda dirigiu setor de dramaturgia da Manchete.
O Brasil perdeu neste sábado (6/1), o escritor Carlos Heitor Cony, um dos maiores que o país já teve. Aos 91 anos, ele não resistiu a complicações de uma cirurgia no intestino. Mas o que tem um blog sobre televisão a ver com isso?
Simples: Cony assinou duas produções para a telinha ー a novela Comédia carioca (1965) e a minissérie Marquesa de Santos (1984). E mais: o escritor e jornalista dirigiu o setor de dramaturgia da TV Manchete entre 1985 e 1990, época em que a emissora exibiu, entre outros, sucesso como Dona Beija e Kananga do Japão.
Relembre as novelas escritas por Carlos Heitor Cony
Comédia carioca (1965)
A novela era exibida em duas emissoras, como era comum na década de 1960, pois a transmissão da TV ainda não era em rede. Na Record, a novela ia ao ar às 17h30. E na TV Rio, às 19h. Isso apenas durante um mês, pois a censura impediu que a novela tivesse continuidade após 27 capítulos.
Na verdade, não se sabe bem o motivo de a censura impedir Comédia carioca. Fala-se em chantagem para que a novela do horário nobre, O direito de nascer, fosse autorizada.
Comédia carioca tinha como protagonistas os personagens de Eva Wilma e John Herbet, dupla que na mesma década fez sucesso no seriado Alô doçura. O cotidiano do casal era retratado de forma leve e engraçada. O elenco ainda tinha Reginaldo Faria e Zilka Salaberry, entre outros. E a trilha sonora tinha a direção de Chico Buarque.
Marquesa de Santos (1984)
Marquesa de Santos foi a primeira minissérie a fazer sucesso na TV Manchete e ainda deu origem à novela Dona Beija, na mesma emissora. O texto final era assinado por Wilson Aguiar Filho e Carlos Heitor Cony era colaborador. A direção era de Ary Coslov.
No auge da beleza e ainda uma menina, Maitê Proença era apresentada ao Brasil na pele de Domitila de Castro e Melo, a Marquesa de Santos. A paixão dela e do imperador D. Pedro I (Gracindo Jr) é narrada em 52 capítulos.
Além desse escandaloso romance, a trama mostrava o filho bastardo de D. Pedro I, Augusto (Roberto Pirillo), fruto de uma das várias relações do regente. Ele acaba sendo fuzilado sem que D.Pedro pudesse fazer nada para impedir a morte do próprio filho.
fruto de um caso de amor na adolescência com a condessa austríaca Ana Steinhaussen, fuzilado de forma heróica sem que o pai pudesse interceder em seu favor.