Caio Paduan se destaca como o delegado Bruno de O outro lado do paraíso, já fez testes para Hollywood e comemora o bom momento da carreira. Leia entrevista completa com o ator!
Geralmente em uma novela, ou o personagem ー a não ser os protagonistas ー luta por um grande amor ou tem uma causa grande para representar. Raros são os coadjuvantes como o delegado Bruno, vivido por Caio Paduan em O outro lado do paraíso (Leia crítica da novela). De um lado, ele enfrenta a mãe, Nádia (Eliane Giardini, perfeita no papel) para ficar com a juíza Raquel (Erika Januza). De outro, representa a luta contra a corrupção ー o rapaz é bom moço e luta contra privilégios a magistrados como o próprio pai, o juiz Gustavo (Luis Mello) ー e contra o racismo, já que o namoro interracial com Raquel enfrenta várias barreiras.
“Nós estamos em 2018 e ainda existe muita gente racista no país, não podemos achar que é normal alguém ser discriminado por conta da cor de pele”, lamenta em entrevista ao Correio. Caio revela que a torcida pelo casal Bruno e Raquel na internet é grande e, otimista, acha que isso pode representar que “apesar de todo o preconceito, ainda existe uma corrente que torce pelo amor”.
Em bom momento na carreira, Caio comemora cada passo dado e sonha com o dia em que o nome dele brilhe nos letreiros de Hollywood. Acha demais? Não para ele, que passou bem perto disso ao ficar em segundo lugar na disputa pelo papel de Mancha Solar no próximo X-Men. “Só a experiência de ser testado para um personagem de um trabalho dessa magnitude já me deixou muito grato”, completa o fã das HQs de Batman e The Flash.
Entrevista// Caio Paduan
A discussão trazida por sua personagem de O outro lado do paraíso sobre racismo é bastante oportuna. Você acha que tramas como essa ajudam a combater o racismo no Brasil?
Com certeza. É muito importante a gente colocar esse assunto em voga e mudar essa realidade. Nós estamos em 2018 e ainda existe muita gente racista no país, não podemos achar que é normal alguém ser discriminado por conta da cor de pele. É importante que as pessoas saibam que casos assim acontecem o tempo todo e que precisamos mudar essa realidade, porque somos todos humanos.
Como está sendo a repercussão do casal Raquel e Bruno nas ruas? As pessoas param para comentar com você nas ruas e nas redes sociais? O retorno é mais positivo ou ainda há muito preconceito?
As pessoas torcem muito pelo “Bruquel”, que é como chamam o casal nas redes. Fico muito feliz sempre que comentam que estão torcendo pelo casal na novela. Dessa forma eu vejo que, apesar de todo o preconceito, ainda existe uma corrente que torce pelo amor. Ainda acontece de uma pessoa ou outra torcer contra, mas a maioria torce pelo casal, o que é maravilhoso e mostra que estamos no caminho certo.
Você já estreou na tevê como protagonista de Malhação e depois foi ganhando papéis menores até chegar ao Bruno. Esse é seu melhor momento? Por quê?
Acredito que estamos sempre vivendo o nosso melhor momento. Tudo que eu passei e vivi me trouxe para onde eu estou hoje, e tenho certeza que também tive muitos outros “melhores momentos”. Eu me considero um cara bastante batalhador. Por isso quero estar sempre disponível para as próximas oportunidades que a vida pode me trazer.
Seus personagens costumam ser diferentes, como um vilão em Rock story ou um romântico em Além do tempo. Como você escolhe o que vai interpretar?
Para um ator é muito bom poder ter esse tipo de mudança radical na carreira. Curto muito ter a possibilidade de criar personagens tão diferentes. Escolho as características de cada personagem de acordo de como ele é. Nesse processo, não importa o Caio, mas o “Bruno”, o “Alex” e qualquer outro personagem. Como ator, gosto de dar vida a outras histórias.
Apesar da diversidade, você é frequentemente definido como galã. Você se considera um? Esse rótulo te incomoda de alguma forma?
Esse rótulo não me incomoda, mas acredito que a beleza está relacionada a gente se sentir bem com a gente mesmo, se amar e ter o espírito leve. Acho que essa é a verdadeira beleza.
Sua vida pessoal acaba sendo alvo de várias notícias. Como lida com esse tipo de exposição?
Tento levar tudo da melhor maneira possível, continuando a minha vida e fazendo o meu trabalho.
Você chegou a ser cotado para viver o Mancha Solar em X-men. A carreira internacional é um objetivo?
Sim. Cheguei bem perto de atuar no X-men e só a experiência de ser testado para um personagem de um trabalho dessa magnitude já me deixou muito grato. Batalho bastante para me tornar um artista cada vez melhor e ficaria extremamente feliz com a possibilidade de atuar em alguma produção internacional.
Você é fã de algum herói, em específico? E fora da ficção, quem são seus heróis na profissão e na vida pessoal?
Sempre li histórias em quadrinhos e por isso desde pequeno sou fã do Batman e do The Flash. Na profissão, sou muito fã do Tony Ramos e um dos heróis com certeza é seu Lima Duarte (o Josafá de O outro lado do paraíso)! Na vida não tenho dúvidas que meus heróis são meus pais, Paulo e Ivana. Muito amor e muita admiração por eles!