Brasiliense Mariana Nunes fala sobre a experiência como Judite de Todas as flores

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Fenômeno nas redes sociais, novela Todas as flores volta na quarta-feira (5/4) tendo como um dos destaques do elenco a brasiliense Mariana Nunes

Noveleiros de plantão vão respirar aliviados a partir de quarta-feira (5/4). A segunda parte da novela Todas as flores, primeiro folhetim produzido pelo Globoplay especialmente para o streaming, começará a ser disponibilizada. O esquema será o mesmo: a cada quarta-feira cinco capítulos entram no catálogo.

Pouco se sabe sobre o que virá por aí na trama escrita por João Emanuel Carneiro, mas os teasers adiantam que vingança e a relação com o dinheiro darão o tom. Também é de se prever que o destaque de Judite, personagem muito bem defendida pela brasiliense Mariana Nunes, continuará. Afinal, ela é madrinha de Maíra (Sophie Charlotte) e uma das inimigas de Zoé (Regina Casé), mocinha e vilã da novela, respectivamente.

Para Mariana, um dos motivos do sucesso de Todas as flores é a maneira com que os personagens são construídos sem essa divisão clara entre mocinhos e vilões: “O João (Emanuel Carneiro) sabe escrever personagens muito complexos, que nunca são uma coisa só. Como a gente não é uma coisa só. Então, a gente vê a vilã reconhecendo um afeto pela filha que ela não quis quando nasceu. Todos os personagens têm facetas. Eles se apresentam como bonzinhos ou vilões e depois a gente começa a duvidar da índole dos personagens. São temas muito fortes. A gente está falando de tráfico humano, por exemplo, algo que, infelizmente, existe, é real.”

A própria Judite tem esses dois lados. Em primeiro lugar, ela é, como diz Mariana, uma mulher que se abandonou bastante. “Eu considero a Judite uma codependente de primeira, porque ela resolve ou quer resolver ou tem a pretensão de resolver a vida dos outros. Ela acaba sendo, mesmo que sem intenção, mesmo que com todo o afeto do mundo, capacitista.”

Outra questão que acompanha a personagem é a paternidade de Pablo (Caio Castro), que ela esconde de todos, inclusive do rapaz. “Isso é uma coisa meio terrível: negar ao seu filho a paternidade. É um direito dele, mas ela se acha ou se sente mais protegida ou protegendo o próprio filho de uma forma errada. Apesar de defender os seus, ela recua quando está na berlinda. Então é uma delicinha essa dança (e difícil também) de organizar ou equilibrar essas duas posturas. O meu trabalho na construção da Judite é esse de demonstrar esses dois lados, fingindo que um deles não existe”, afirma Mariana, classificando esse jogo como “um bom desafio para um ator.”

A imprevisibilidade também é apontada como um trunfo pela atriz. “A história é muito bem construída. A gente não imaginava onde essa trama ia chegar e continua sem saber. Porque tem muita água pra rolar ainda, muita coisa vai acontecer. Coisas inesperadas, e o João sabe fazer isso muito bem, ele é um craque”, comenta.

Entrevista // Mariana Nunes

Quando você saiu de Brasília tinha a carreira mais calcada nos palcos. Agora, você também aparece bastante em novelas, tendo até emendado algumas delas. Esse movimento foi planejado? Ser destaque de uma novela, como em Todas as flores e em Quanto mais vida, melhor era um desejo?
Eu saí de Brasília tendo feito bastante teatro. Eu me formei no Dulcina. Era um desejo fazer televisão, que, até então, era a linguagem em que eu menos tinha trabalhado. Sempre tive o desejo de aprender a fazer e está acontecendo. Eu sempre tive vontade de trabalhar em todas as linguagens e a cada vez que eu trabalho em uma, me dá saudade da outra. Agora eu estou com saudade de teatro de novo, mas daqui a pouco eu vou ficar com saudade de TV. Agora eu estou gravando uma série que tem muito cara de cinema, então estou matando saudade de cinema. Mas eu quero cada vez fazer mais TV, também, e continuar no cinema fazendo papéis mais diversos. Quero fazer outros gêneros que eu ainda não experimentei.

A caracterização da Judite te ajudou em algum ponto na composição da personagem?
Tem uma diferença muito grande entre nós duas, que é o cabelo. Meu cabelo estava bem curto quando a gente começou a gravar e é um personagem que tem a sua vaidade, é uma personagem muito bonita e a gente sempre tentou buscar uma beleza ‘não muito produzida’, no sentido de maquiagem, de esmalte… Era sempre uma maquiagem mais suave e um cabelão. A Judite tem um cabelo maravilhoso e é uma peruca perfeita. Muitas pessoas me encontravam na época e falavam assim: ‘ué, quando vocês gravaram? se agora você está com o cabelo curto e na TV você está com o cabelo grande…’. Ornou muito bem e acho que isso dá uma altivez à personagem.

Muito se falou no início que Todas as flores deveria ter ido direto para a TV aberta. Acha que a novela daria tão certo se essa tivesse sido o caminho adotado?
É uma pergunta que eu não sei responder, porque é muito uma caixinha de surpresas… A gente sempre soube que era streaming e a gente estava com uma ansiedade de saber como seria. A gente não imaginava que ia ser um sucesso e foi muito surpreendente como uma novela no streaming teve tanta popularidade. O que foi uma coisa muito positiva. Eu realmente não sei como seria, eu acredito que sim, porque a novela é muito envolvente.

Quais são as principais diferenças para o ator entre estar na TV aberta e no streaming?
Eu penso que é a popularidade. Quando você faz uma novela que está na TV aberta, é muito maior o número de espectadores. O streaming acho que está crescendo cada vez mais o número de assinaturas, as pessoas se interessando, mas não é todo mundo que tem condição de pagar. Então, muita gente às vezes me reconhece pela propaganda da novela e aí a gente conversa, a pessoa fala que não viu, porque não tem assinatura. Eu acho que vai ser muito maravilhoso quando ‘Todas as Flores’ for pra TV aberta. E aí eu acho que vai ser uma nova recepção. Acho que o público vai acompanhar e vai gostar, mas ainda assim, sendo streaming, o surpreendente é que mesmo assim a novela teve uma enorme popularidade, um enorme alcance. Isso me surpreendeu, acho que surpreendeu a todos nós, né? Como eu já disse, a gente não sabia como seria e foi uma surpresa o tamanho alcance que a novela teve.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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