Beatriz Campos: “Quem nasce com a arte correndo nas veias, não respira sem ela”

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Cria dos palcos, atriz paulista Beatriz Campos se firma na tevê em Éramos seis

Quando foi convidada para integrar o elenco de Éramos seis, a atriz paulista Beatriz Campos só havia atuado em duas novelas — Tempo de amar e O tempo não para —, apesar do extenso currículo nos palcos. Ela quase ficou de fora da nova adaptação do clássico. Fez um teste e, inicialmente, não foi selecionada. Um tempo depois da resposta negativa, recebeu o convite para viver Leontina, uma trambiqueira que aplicou um golpe, junto com o marido Neves (Breno Nina), no casal Olga (Maria Eduarda de Carvalho) e Zeca (Maria Eduarda de Carvalho).

“Acabou não rolando, mas duas semanas depois a produtora de elenco da novela me ligou dizendo que o Carlinhos (Araújo, diretor artísticos) estava me convidando para fazer a Leontina. Fiquei superfeliz. Às vezes não passar em um teste não significa o fim e, sim, a chance de um novo começo!”, lembra animada a atriz em entrevista ao Correio.

Para construir essa personagem com ares de vilã, Beatriz conta que se inspirou em diferentes referências. Sobre os próximos passos da personagem na trama, ela diz saber pouco: “O que podemos esperar da trama de Leontina? essa é uma pergunta que até eu mesma faço… (Risos) Não sei mais nada da Leontina, mas acredito que ela e Neves não ficarão impunes. Apesar de ela ser parte de mim, torço para que ela e o marido repensem e se redimam do que fizeram. A gente sempre espera a redenção, né?”, diz, entre risos.

Na entrevista a seguir, a atriz falou sobre o início da carreira, a preparação para Éramos seis e os próximos projetos nos palcos.

Entrevista // Beatriz Campos

Quando ficou sabendo que estaria em Éramos seis você reviveu as outras versões?
Como conterrânea da autora do livro, a Maria José Dupré, eu já conhecia a história desde os tempos escolares. Era leitura obrigatória do ensino fundamental alguns livros dela. Quando a novela foi exibida pela última vez eu assistia com a minha avó. Era um momento mágico para mim. Éramos só eu e minha avó, deitadas na cama, torcendo e sofrendo com a dona Lola… (Risos). Então, a minha vontade de integrar o elenco desta versão era imensa. Muitas memórias afetivas envolvidas. Sou muito grata por fazer parte dessa equipe tão linda e tão cheia de talentos.

Como você se preparou para dar vida a Leontina?
O ator está sempre se preparando. Nós passamos a vida observando pessoas, aumentando nosso repertório para podermos criar personagens. A inspiração vem muitas vezes de pessoas desconhecidas. A Leontina foi uma mescla dessas observações. Mas a gente sente mesmo a fundo a composição da personagem depois que gravamos a primeira cena, porque a troca com os colegas de cena também influência muito na lapidação da construção.

Essa é a apenas a sua terceira novela, mas você tem experiência extensa no teatro. Como foi essa transição para você?
No começo da minha primeira novela cheguei a pensar que aquilo não era para mim… Tudo diferente demais do que eu estava habituada a fazer. Os gestos e expressões eram pequenos, a voz baixa, entender as câmeras, as repetições, aquele monte de gente por trás do estúdio, enfim… Pensei algumas vezes que seria minha primeira e única novela. Quando chegamos na reta final comecei a relaxar e a entender aquilo. Então, para minha surpresa, veio logo o convite para fazer a Agnese em O tempo não para. Desta vez, cheguei tranquila e me divertia gravando. Aí peguei gosto… (Risos). Toda mudança traz muitos desafios, mas a gente sempre pode encarar ou desistir. Eu encarei!

Crédito: TV Globo/Divulgação

Além da novela, você tem outros projetos paralelos ou em vista?
Tenho sim. Tenho duas peças para sair esse ano. Ambas estão em processo de captação. Uma delas temos a intenção de estreia em São Paulo, em maio (A ponte e a água de piscina). Já a outra, Dolores a peça, estamos querendo voltar em junho e julho no Rio de Janeiro mesmo. As duas são imperdíveis.

Como começou seu envolvimento com a carreira artística?
Na verdade, a carreira artística me escolheu, e desde pequena. Sempre fui muito conectada à arte. Fazia poesias, músicas, encenava peças quando criança. Sempre brincava fingindo e acreditando estar nos palcos dos teatros. No dia do meu aniversário de 9 anos finalmente entendi que era aquilo que eu faria para o resto da vida e avisei minha família toda. Desde então busquei aprender a arte de interpretar. E junto com ela busquei meus sonhos também. Levei muita porta na cara, recuei inúmeras vezes, pensei outras tantas em desistir. Mas quem nasce com a arte correndo nas veias como eu, não respira sem ela. Vou passar a vida toda buscando os palcos!

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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