Estratégia do reality show de colocar quatro integrantes de uma família já se mostra o primeiro grande tropeço do BBB 18
Toda edição, a produção do Big brother Brasil garante novidades na dinâmica do jogo. O programa já teve casa de vidro, quarto do pânico, “eliminação fake”, participantes divididos em grupo, muro separando a casa em duas e a presença de dois casais de gêmeos. Agora a aposta do programa foi confinar uma família inteira disputando duas vagas na casa.
Desde que essa informação foi divulgada achei que não daria certo — não, eu não estava prevendo a polêmica da Família Lima. E explico. Por acompanhar realities há muitos anos, inclusive o BBB, acredito que colocar integrantes de uma família para disputar o prêmio já é, logo de cara, uma vantagem sobre os outros participantes. O que é injusto, já que o principal objetivo do confinamento de um reality show é colocar o elenco em situação de estresse, por estar longe da família, dos amigos e da vida, de modo geral.
No ano passado, a presença de Emilly e Mayla e Antonio e Manoel expôs isso muito bem. Mas a diferença é que cada um era eliminado separadamente. Neste ano, a Família Lima colocará dois participantes, mas com status de um. Se um for líder, o outro também é. Se um for para o paredão, o outro também vai. Assim por diante.
Presença da família no BBB 18
Se já não bastasse a vantagem da família sobre os outros participantes por terem uns aos outros no confinamento, a presença dos Lima se mostrou controversa desde o primeiro momento na telinha e o primeiro tiro no pé do BBB, que já está com uma imagem desgastada desde as últimas edições por conta de agressões, suspeitas de estupro, entre outros, e deveria estar procurando “limpar a barra”.
O primeiro erro do Big brother Brasil foi apresentar várias famílias na abertura do programa e depois, simplesmente, mostrar qual estaria no programa. Por que mostrar ao público famílias que pareciam bem mais interessantes do que a selecionada e que sequer estavam disputando uma vaga na casa? O mais legal seria ter colocado o público para escolher entre os clãs que deveriam entrar no BBB.
Certamente, a decisão seria outra. Só pelos poucos minutos em que as outras famílias apareceram, elas se mostraram bem mais interessantes do que os membros da Lima. Até porque o slogan que o programa decidiu vender com a presença da família na casa foi o de representação, seria como se cada espectador sentisse que sua família também estivesse ali. O que, de fato, não aconteceu com os Lima.
Entendo que Ayrton tem uma história com o BBB. Ele tentou entrar no programa durante 15 anos e finalmente realizou o sonho. Mas falta carisma ao quarteto. A família não representa necessariamente os clãs brasileiros. Sem falar da polêmica forma de interação dos membros da família, que se tornou num dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
Já não bastasse tudo isso, no programa de terça, quando os outros 16 participantes finalmente chegaram à casa, ficou claro que os Limas destoam do restante do grupo. Eles não seguem o perfil escolhido pela produção para os participantes do BBB 18 – talvez só Ana Clara sobrevivesse no elenco (e olha lá!). Na noite de interação com o restante do elenco, eles preferiram se reservar a se misturar.
Se não tiverem imunidade nessa semana, com certeza, são candidatos ao paredão. E pela péssima repercussão aqui fora não devem passar da primeira semana, o que seria um alívio para a produção do Big brother Brasil, caso ela esteja realmente tentando se livrar de polêmica.