Quem não gosta de Big brother Brasil adora dizer que o programa é fútil. Tem lá suas inutilidades ver um grupo de pessoas reunidas dentro de uma casa. E pode ser um programa superficial dependendo do elenco da edição, que pode preferir a estratégia batida de “casalzinho” ou ainda o clima de colônia de férias com protagonismo apenas na piscina da casa.
Porém, esse não é o caso do BBB 19. Nesta temporada, a impressão que se tem é que os participantes foram escolhidos para reproduzir dentro da casa uma pedaço da sociedade brasileira, com direito a atual separação ideológica e política. O que foi um acerto — deixo aqui apenas a minha crítica aos critérios de escolha de participantes pela insistência do BBB de colocar dentro da casa pessoas com problemas judiciais do lado de fora, já que logo que Vanderson foi anunciado no programa aparecem denúncias de estupro e agressão — e gerou uma divisão natural na casa e uma série de debates interessantes sobre privilégio, racismo, preconceito, entre outros.
Nunca antes o BBB teve tantos militantes: dos direitos humanos, das mulheres, dos negros, das quebras de padrões estéticos, dos animais, dos LGBTs. E, até por isso, a divisão na casa logo na primeira semana em dois grupos foi natural. E o mais legal é que a internet deu apelidos divertidos para a separação no BBB: Villa Mix e Baile da Gaiola.
O Villa Mix é formado por Diego, Maycon, Gustavo, Isabella, Carol Peixinho e ainda tinha Vinicius, antes de o participante ter sido eliminado no Super Paredão de terça-feira (22/1), e recebeu esse nome por ser composto por participantes “padrões”, brancos, com “pinta de ricos”. Enquanto o outro, que é formado por Rízia, Rodrigo, Danrley, Hana, Gabriela, Elana — e Vanderson (pelo menos até o participante ter sido eliminado por conta de ser suspeito de estupro e agressão) –, é uma referência a um baile funk do morro carioca, ou seja, demonstra a minoria. Ainda “disputados” pelos grupos estão Tereza, que deve se juntar ao Villa Mix, e Alan, que deve acabar no Baile da Gaiola pela aproximação com Hana.
Sem votação de paredão (todos os participantes que não ganharam imunidade foram para a berlinda), a primeira semana do BBB 19 não teve jogo de verdade. Alguns participantes até montaram algumas estratégias, como Diego e Gustavo, mas o jogo não engrenou de fato. O que marcou a primeira semana, sem dúvidas, foi a separação dos grupos e também os momentos em que os participantes levantaram debates atuais: Gabriela e Rízia explicaram o motivo pelo qual não é correto dizer racismo reverso a Isabella e Tereza; Gabriela deu toque em Paula para não usar mais o termo “cabelo ruim” ao se referir ao crespo ou cacheado; Danrley criticou a máxima “bandido bom é bandido morto”; Rodrigo e Danrley tiveram conversas interessantes sobre como deixaram situações de pobreza para estudar; e Vanderson defendeu os indígenas durante uma brincadeira de Gustavo.
Porém, o que pode ser interessante para uns, é motivo de crítica de outros. Na internet, há quem peça que o debate político não passe para a telinha. No entanto, esse tem sido um dos méritos do BBB, que se politizou e se engajou, assim como parte da sociedade brasileira, então por que não isso ser representado no programa? Essa é uma virada da atração que em outras oportunidades justificou a eliminação de participantes com a falta de comprometimento ao jogo atrelada ao excesso de militância.
Militante é assim que foi a primeira semana do BBB 19. Mas faltou jogo e é isso que os bbbmaníacos querem ver, como uma possível descoberta da mentira de Vinicius, que negou ter votado em Hana para o Quarto dos 7 desafios, que poderia ter gerado um barraco. Porém, o participante foi eliminado prematuramente — tinha muita gente que merecia sair antes — e esse drama nunca será explorado.
Tiago Leifert até tentou causar, falando para Hana, Hariany e Paula que elas poderiam guardar segredo sobre o Quarto dos 7 desafios, em que as três cumpriram provas que garantiram a permanência na prova do líder na quinta e ainda a decisão de vetar três participantes da prova após terem sido as mais votadas no domingo, quando o apresentador pediu para cada BBB escolher uma pessoa que gostaria de ver fora da casa. No entanto, Hana, espontânea, contou tudinho.
Com vetos a três participantes previsto para quinta, o jogo pode começar a se mexer. E os grupos também devem iniciar as estratégias já que agora é paredão de verdade, não o “paredão do bem” desta semana — que serviu apenas para mostrar algumas preferências do público. Que comece o jogo! Mas não precisa deixar o debate de lado, ele também vale!
Elana – 11,53%
Rodrigo – 11,19%
Gabriela – 9,20%
Rízia – 8,66%
Hana – 8,47%
Alan – 8,32%
Isabella – 7,36%
Hariany – 6,87%
Diego – 6,10%
Carolina – 5,69%
Maycon – 5,15%
Tereza – 3,89%
Vanderson – 3,86% (eliminado na quarta-feira por questões judiciais)
Vinicius – 3,76% (eliminado na terça-feira)
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