Alinne Prado assumiu o TV Fama ao lado de Julio Rocha e Lígia Mendes com o desafio de fazer fofoca sem ofender as pessoas
A jornalista Alinne Prado não costuma fugir de desafios. Recentemente, abraçou mais um deles: a apresentação do TV Fama, ao lado de Julio Rocha e Lígia Mendes, no posto antes ocupado por Nelson Rubens, um ícone do segmento da fofoca na televisão.
Ela conta ao Próximo Capítulo que o namoro com a Rede TV! durou um ano. “No fim do ano passado veio a proposta oficial e me seduziu pelo ousado desafio. Gosto de me testar em diferentes formatos, saber do que sou capaz, sair da zona de conforto”, justifica.
“O TV Fama tem a característica da leveza. Isso me atraiu. Gosto dessa abordagem. Não é a fofoca mal intencionada. É mostrar para a galera que o famoso é gente como a gente”, continua a apresentadora.
Para Alinne, a novidade é trazer a notícia sobre as celebridades “partindo da ética, respeito e empatia”. A ideia é “abordar assuntos sobre a vida dos famosos de maneira mais humanizada, leve e menos depreciativa.”
Entrevista // Alinne Prado
Quais serão as principais novidades desta fase do TV Fama?
A principal novidade é a forma de abordar a fofoca. Partindo da ética, respeito e empatia, vamos abordar assuntos sobre a vida dos famosos de maneira mais humanizada, leve e menos depreciativa. Como somos três apresentadores com vivências bem diferentes, isso cria uma multiplicidade de olhares e de pontos de vista.
Como está sendo a experiência de estrear à frente do TV Fama, programa que já tem sua marca entre os telespectadores? Como imprimir sua própria marca na atração?
A experiência está sendo incrivelmente desafiadora. Estou amando conhecer a cada dia mais o Julio Rocha e a Lígia Mendes. Eles têm sido ótimos parceiros, cúmplices mesmo. Eu tenho me jogado ali de cabeça, levado ao palco minha verdade, levando em consideração que ela é meu ponto de vista, e respeito quem pensa diferente. Gosto do debate respeitoso. Isso me enriquece como ser humano.
O TV Fama ficou conhecido como um programa de fofocas bem humorado. Como você, como figura pública, lida com esse tipo de programa?
O TV Fama tem a característica da leveza. Isso me atraiu. Gosto dessa abordagem. Não é a fofoca mal intencionada. É mostrar para a galera que o famoso é gente como a gente.
Você foi convidada pelo diretor para apresentar o TV Fama. Esse convite a surpreendeu? Porque?
Estávamos numa paquera há algum tempo. Há mais de um ano atrás tinha rolado o primeiro convite, mas não fomos adiante. No fim do ano passado veio a proposta oficial e me seduziu pelo ousado desafio. Gosto de me testar em diferentes formatos, saber do que sou capaz, sair da zona de conforto.
Há alguns anos era difícil vermos mulheres negras à frente de programas de televisão, ainda mais de jornalísticos, como foi o caso de sua estreia, na Globonews. Esse panorama está mudando? Nesse sentido, você tem ídolos em que se espelha?
Quando eu era a aluna excluída, que ficava sozinha no recreio da escola, me refugiava na biblioteca. Lá, conheci um escritor negro, tímido e epilético chamado Machado de Assis. Ele me fez acreditar que eu poderia ser jornalista e que a educação poderia transformar minha vida. Eu me espelho nele. Sobre a mudança no panorama racial na televisão, estamos mudando sim, a passos de cágado cansado, mas estamos. Infelizmente ainda somos uma minoria porque a maioria dos negros não tem acesso a ensino de qualidade que proporcione transformação social. Me frustra ser a única negra em diversos espaços. Vejo a Internet como um potente agente transformador, tem democratizado a imagem, rompido bolhas, acelerado processos, fazendo com que diferentes vozes (negras, gordas, gays, de pessoas com deficiência…) sejam ouvidas.