cangaco_novo-29000814 Amazon Prime Video/Divulgação

Alice Carvalho fala sobre Cangaço novo, série que estrela na Prime Video

Publicado em Entrevista

Nova série de ação do Prime Video retrata versão atualizada do movimento de 1920. Ao Próximo Capítulo, a protagonista Alice Carvalho conta sobre o processo de gravação

Por Isabela Berrogain

“Um cangaço remasterizado e contemporâneo.” É assim que Alice Carvalho, protagonista da nova série nacional do Amazon Prime Video, Cangaço novo, define o cenário retratado na obra. Recém-chegada no catálogo da plataforma de streaming — o seriado estreou na última sexta-feira (18/8) —, a trama conta a história de Ubaldo Vaqueiro, um bancário de São Paulo que descobre que tem uma herança e duas irmãs, Dinorah e Dilvânia, no sertão do Ceará.

Ao partir para o Nordeste em busca do dinheiro a que tem direito, Ubaldo passa a ser admirado pela população da cidade devido à semelhança física com o pai, e se vê praticamente obrigado a assumir o papel de novo mítico “cangaceiro”. Assim, ele terá de enfrentar bandidos, assassinos, policiais corruptos e, principalmente, seus valores e sua ética. Na produção, Alice dá vida à valente Dinorah, única mulher parte de uma gangue de ladrões de banco. “Existia uma atriz antes de ter vivido o Cangaço novo, e, certamente, eu sou uma outra atriz depois de ter vivido tudo isso”, declara. Os atores Allan Souza Lima e Thainá Duarte também compõem o elenco.

“Como o próprio título diz, a série fala do cangaço novo, e não daquele cangaço insurgente em 1920, 1930 e até o comecinho de 1940, que começou a decair com a derrocada de Lampião, Maria Bonita e todo o bando que foi morto na chacina de Angico”, explica. Apesar de a trama não girar em torno do movimento que já faz parte do imaginário brasileiro, a também roteirista e dramaturga pontua que o cangaço novo, retratado na produção, tem muitos pontos em comum com o antigo. “Sem romantização nenhuma, eu acho que o movimento em si do banditismo compõe, de alguma forma, a colcha de retalhos da cultura brasileira, então é muito importante ter esse conhecimento”, afirma.

Nascida em Natal, no Rio Grande do Norte, Alice vê como um dos destaques o fato de a série ser inteiramente gravada no Nordeste. “Foram oito meses de gravação intensa, debaixo de Sol escaldante, e foi uma experiência que eu certamente repetiria quantas vezes fosse necessário, quantas vezes a obra pedisse. Eu acho que fez toda a diferença gravar in loco, estar lá, sentir o chão, o calor. Tudo isso contribuiu para a veracidade das nossas interpretações, para a verdade da fotografia, do som”, opina.

Parte da sequência de produções nacionais lançadas recentemente pelo Prime Video, Cangaço novo chega para conquistar não só o público brasileiro, como também os assinantes internacionais. A obra está disponível para espectadores de 240 países e territórios. “O papel dos streamings tem sido fundamental na propagação de narrativas como a do Cangaço novo, que talvez ficassem, entre diversas aspas, presas e circulando apenas no âmbito regional. Isso termina dando uma dimensão maior a uma história que pode gerar identificação em pessoas do mundo inteiro”, avalia. “Não importa de onde seja contada, toda boa história é passiva de gerar uma identificação”, garante.

Antes da chegada ao Prime Video, Cangaço novo teve estreia mundial no Festival de Cinema de Gramado, na última segunda-feira (14). A produção tornou-se a primeira série a ser reproduzida no evento. Para Alice, a exibição no festival é a prova de que o seriado chega ao streaming com “qualidade cinematográfica”. “Fazer parte do Festival de Gramado é uma exposição das qualidades técnicas da série. Particularmente, eu fiquei impressionada em como Cangaço novo é um seriado que poderia ser exibido em uma sala de cinema”, revela. “A fotografia é um personagem à parte, assim como o som, o desenho de som e a trilha sonora”, defende.