A caminho da lua, da Netflix, diverte e emociona ao mesmo tempo

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Animação apresenta temática adulta embalada de forma perfeita para as crianças. Confira crítica de A caminho da lua

Há alguns anos, as animações são feitas sob duas perspectivas: agradar aos pequenos e passar lições para eles, mas também conquistar os pais. Dentro dessa fórmula é que nasceu A caminho da lua, nova animação da Netflix dirigida por Glen Keane (A Bela e a Fera, A Pequena Sereia e Dear Basketball), com roteiro de Audrey Wells.

A produção narra a história da jovem chinesa Fei Fei, que cresceu num lar cheio de amor dado pelos pais. Quando criança, ela sempre pedia para que a mãe a contasse a lenda de Chang’e, deusa da Lua. Com a morte da matriarca, ela se agarra a principal lembrança e credo que as duas tinham em comum: a existência da deusa figura mítica. Querendo trazer o passado de volta, ela decide que provará aos familiares que a história de Chang’e é real. Então, decide construir uma nave para ir até a lua.

Ao longo da trama, o espectador vê as diversas fases de Fei Fei, da infância feliz até as primeiras frustrações na adolescência, primeiramente com a morte da mãe e depois com a chegada de novos integrantes na família, com nova namorada do pai. É pelos olhos da personagem que o público vai conhecendo pouco a pouco os sentimentos mais profundos da Fei Fei.

Crítica de A caminho da lua

Assim como acontece em animações como Viva — A vida é uma festa, Divertidamente e Up — Altas aventuras, A caminho da lua trata de temas profundos e até nem tão óbvios às crianças. O roteiro surgiu para que Audrey Wells deixasse algo para a filha. Ela o escreveu ainda quando lutava contra um câncer, e morreu em 2018, dois anos antes do lançamento.

Crédito: Netflix/Divulgação
Crédito: Netflix/Divulgação
Crédito: Netflix/Divulgação
Crédito: Netflix/Divulgação
Crédito: Netflix/Divulgação
OVER THE MOON - (L-R) "Bungee" and "Fei Fei" (voiced by Cathy Ang). Cr. NETFLIX © 2020

Por mais que a história tenha uma temática triste — Fei Fei ainda vive o luto da perda da mãe, o filme sabe ser uma trama divertida, com muita aventura, trilha sonora digna de grandes animações — a versão em português tem Priscilla Alcantara cantando Vou voar — e um estilo visual que, ora remete ao passado — quando a lenda de Chang’e é contada –, ora flerta com a contemporaneidade — quando Fei Fei chega até a Lua. Tudo isso, intencional, segundo contou o diretor Glen Keane ao Correio (confira aqui a entrevista com ele).

A protagonista Fei Fei é uma personagem carismática e se relaciona com a perspectiva atual das narrativas de celebrar personagens femininas fortes. Também é preciso destacar o “novo irmão” de Fei Fei, Chin, que é o alívio cômico da animação. Vale ainda dizer que Chang’e é uma personagem surpreendente, que em alguns momentos chega até a flertar com a vilania.

Outro ponto a favor de A caminho da lua é a escolha de mostrar uma outra perspectiva. Ambientada na China, a produção faz questão de celebrar a cultura do país, desde o passado até a atualidade. O que é interessante sob o ponto de vista de que, em geral, as animações tratam narrativas ocidentais.

Ao final, A caminho da lua passa uma mensagem importante sobre seguir em frente, sempre.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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