Confira uma crítica sobre a estreia da série All american
Na madrugada desta quarta-feira (24/10), às 0h30 no canal Warner Channel, será exibida a série All american. Classificada como uma estranha mistura de Gossip girl, The O.C. e Friday night light, a produção acompanha a vida do jovem Spencer (Daniel Ezra), que está entrando no ensino médio.
Estudante de uma escola da periferia de Los Angeles, o garoto precisa enfrentar o desafio de se manter longe da criminalidade e dos problemas do local para se dedicar ao sonho de se tornar um jogador na liga profissional de futebol americano, que só começa a se sustentar quando técnico Baker (Taye Diggs) aparece em seu caminho.
O treinador tenta manter a carreira ao guiar um time fraco em uma escola rica de Beverly Hills e vê no talento singular de Spencer a chance de finalmente voltar a vencer. Com o convite do técnico, o jovem então passa a lidar com uma realidade absolutamente diferente: riqueza, arrogância e, principalmente, muita gente disposta a apunhalá-lo pelas costas.
A partir dessa trama principal, outras auxiliares também se sustentam, e valem a pena serem comentadas, como os possíveis interesses românticos de Spencer. A começar por Leila (Greta Onieogou). A garota extremamente rica e bonita, mas um pouco inclinada a maldades para esconder a solidão que carrega ao ser renegada pela família. Leila terá uma oponente de peso: Olivia (Samantha Logan), a garota inteligente e sensível – mesmo que um pouco insegura – e filha do treinador.
Na outra ponta estão os “amigos” de Spencer no novo time, como Jordan (Michael Evans Behling), o capitão, que sofre ao ver o amor do pai (o treinador) pelo garoto novato, e inegavelmente mais talentoso que ele. Braço direito de Jordan, Asher (Cody Christian) é o namorado de Leila e se enche de ciúmes e inveja pelo novo jogador que pode estar ganhando o coração de sua amada.
Vale citar também Coop (Bre-Z), a melhor amiga de Spencer. Ainda na antiga escola e com a partida do amigo, ela passará a se envolver com gangues e crimes. É bem claro que a garota eventualmente voltará a entrar no caminho de Spencer. Ainda do outro lado da cidade fica Grace (Karimah Westbrook) e Dillon (Jalyn Halla), mãe e o irmão do protagonista, respectivamente.
Crítica de All american
Apesar das comparações, All american não é a nova Friday night lights, porque a figura do técnico Baker, ambicioso e quase arrogante é bem diferente da imagem de Taylor. Em relação a Gossip girl, a história de Spencer é bem mais pé no chão, explorando consideravelmente a parte contrária à riqueza. E, por fim, não dá para comparar tanto com The O.C., porque afinal, o garoto não é muito bem-vindo ao novo lar, tendo de se colocar por força da circunstância. A série tem um parâmetro próprio.
O maior trunfo de All american é ser uma série sem grandes pretensões e que se dispõe a contar uma história de forma honesta ao público: com seus aspectos voltados ao clichê, sem muita complexidade e essencialmente pautada por reviravoltas a cada cena. Não existe problema algum em ser uma série para entretenimento – pelo contrário, são as preferidas pelo público –, entretanto, All american não se deixa ser superficial e sem profundidade, como ocorre na maioria das vezes.
A produção trata de forma muito interessante o quanto as diferenças econômicas nos Estados Unidos são viscerais e trágicas, e propõe uma reflexão que fica no mesmo nível dos corpos esculturais e exagerados dramas adolescentes. Com premissa de apelo extremamente popular e jovem, a série apresenta uma história ousada, ágil e divertida, e por mais incrível que pareça, até achou uma identidade própria.