Sandra Oh e Jodie Comer chamam a atenção em Killing Eve, série de suspense que tem roteiro irregular
Quando falamos em séries policiais, geralmente personagens masculinos nos vêm à mente. Só por quebrar esse paradigma Killing Eve, nossa série da seção Aquecimento do Emmy desta sexta-feira, valeria à pena. Mas a atração, indicada aos prêmios de melhor atriz em série dramática (Sandra Oh) e melhor roteiro (para o primeiro episódio), é muito mais: tem boas atuações ー especialmente de Sandra e de Jodie Comer ー e uma história bem desenvolvida. O roteiro tem irregularidades, é bem verdade, mas é engenhoso e te prende em frente à tevê.
Criada pela BBC, Killing Eve tem oito episódios e foi premiada como a melhor série estreante no TCA Awards. A segunda temporada já foi confirmada. A história traz Eve Polastri (Sandra Oh, a primeira atriz de origem asiática indicada ao Emmy nessa categoria), detetive por nata. No início da trama, ela trabalha no serviço de proteção a estrangeiros do governo americano, mas vai a fundo demais nas investigações e acaba demitida. O motivo: ela é a única a encontrar conexão nos crimes cometidos por Villanelle (Jodie Comer) e desconfiar que há uma mulher por trás deles.
Contratada por Carolyn Martens (Fiona Shaw) para continuar as investigações, Eve vai juntando as peças do quebra-cabeças proposta pela criativa e meticulosa Villanelle. A assassina trabalha para uma espécie de organização que elimina vítimas em vários países do globo. É interessante acompanhar o roteiro de Killing Eve, que passa por locais como Paris, Berlim, Londres e Nova York.
Os encontros e desencontros de Killing Eve
O primeiro episódio de Killing Eve é muito bom, o que te leva a ter um pouco de paciência com os dois seguintes. A partir do quarto capítulo, tudo volta ao normal. É bom se acostumar a reviravoltas se quiser seguir a série.
O mais interessante em Killing Eve é que sabemos desde o início quem é a assassina. E também sabemos os motivos dela (será?). Mas o jogo de gata e rata entre Eve e Villanelle é de tirar o fôlego. As personagens são bem construídas ー Eve mais do que a rival, que tem um quê de Luzia de Segundo sol por certas atitudes equivocadas ー e a gente chega a ficar perdido na hora de escolher por quem torcer.
A tensão do encontro elas duas é crescente e, quando elas se encontram, é inevitável a gente pensar: mas e agora? A série vai acabar? Não acaba. E a tensão volta ー e vem maior. Particularmente, eu não acredito que Killing Eve vá levar algum Emmy na próxima segunda-feira (17), mas a sua atenção ela merece ganhar. Eu já estou no aguardo da segunda temporada, que terá nova direção, outros roteiristas e manterá Sandra Oh.