Minissérie Objetos cortantes estreou no domingo (8/7) na HBO. Produção é inspirada em livro homônimo de Gillian Flynn
Depois do sucesso de Big little lies no ano passado era natural que a HBO buscasse outra minissérie que pudesse ter um resultado parecido. A escolhida foi Objetos cortantes, que segue uma fórmula usada em BLL: é inspirada num best-seller, a obra homônima de Gillian Flynn, autora de Garota exemplar; tem um elenco feminino forte encabeçado pela atriz Amy Adams; e tem direção de Jean-Marc Valée, cineasta canadense que também trabalhou em Big little lies — leia aqui entrevista com o diretor. E pela exibição do primeiro episódio no último domingo (8/7) já é possível dizer que a emissora deve colher frutos parecidos.
Assim como no livro (inclusive, o primeiro episódio é bastante fiel à obra literária), Objetos cortantes segue a história de Camille Preaker (Amy Adams), uma jornalista acomodada que vive em Chicago, mas vê a oportunidade de dar uma guinada na carreira quando o editor Curry (Miguel Sandoval) a convoca para apurar uma história em sua cidade natal Wind Gap, um pequeno município em Missouri.
Lá, Camille vai se deparar com um possível caso envolvendo um serial killer. No ano anterior, a jovem Ann Nash (Kaegan Baron) havia desaparecido e depois foi encontrada morta, estrangulada e sem os dentes. Alguns meses depois, a adolescente Natalie Keene (Jessica Treska) desaparece e as similaridades entre os casos levam a crer realmente que se trata de um caso de assassinatos em série.
Mas, voltar à cidade natal, não é algo fácil para Camille. E é isso que o primeiro episódio de Objetos cortantes começa a mostrar. Longe de casa há alguns anos, a personagem tem uma relação conturbada com a mãe, Adora Crellin (Patricia Clarkson), e voltar à casa da matriarca traz à tona uma infância e adolescência dura da personagem.
Crítica de Objetos cortantes
No primeiro episódio, Objetos cortantes vai aos poucos inserindo a história, que envolve tanto o mistério dos assassinatos quanto o mistério envolvendo o passado de Camille, uma mulher receosa da mãe, assombrada pelos fantasmas do passado que envolvem a morte de uma irmã, viciada em bebidas alcoólicas e também em automutilação. Mesmo assim, isso não torna a série lenta. Pelo contrário, ao entregar pouco, a produção faz com que o espectador queira seguir nessa história, que promete muitas reviravoltas.
Amy Adams é o grande destaque o primeiro episódio. No entanto, é possível perceber que outras duas atrizes podem e devem roubar a cena em breve: Patricia Clarkson (Adora Crellin) e Eliza Scanlen, a atriz que interpreta Amma Crellin, a meia-irmã de Camille. Essas duas personagens vivem uma vida um tanto estranha. Adora parece presa num mundo de fantasia, enquanto Amma é uma pessoa fora de casa e outra dentro, ambas figuras estranhas.
Visualmente, Objetos cortantes também é muito interessante. As cores extremamente fortes das cenas contrastam com a atmosfera de mistério que envolve a história. Outro ponto alto são os debates que a minissérie vai abordar como a relação entre mãe e a filha e, claro, a automutilação, algo que atormenta a vida da protagonista.
Ao todo, a minissérie contará com oito episódios exibidos sempre às 22h na HBO. A produção também estará disponível na plataforma HBO GO.